quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Acolhimento com Classificação de Risco nos serviços de urgência e emergência


Os serviços de urgência e emergência compõem um importante elemento de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), são caracterizados como um ambiente de alto risco, o qual requer infraestrutura e recursos tecnológicos específicos, bem como profissionais capacitados, que atendem aos usuários segundo suas necessidades.
Contudo, a crescente demanda do número de acidentes e da violência urbana, a superlotação, o processo de trabalho fragmentado, a exclusão dos usuários na porta entrada, o desrespeito aos direitos dos mesmos e a pequena articulação com os outros serviços de saúde têm sobrecarregado ainda mais a estrutura da rede de urgência e emergência (BRASIL, 2002; BRASIL, 2009).
Segundo o Ministério da Saúde, essa realidade é ainda agravada por problemas organizacionais como a falta de triagem de risco, o que determina o atendimento por ordem de chegada, sem que seja realizada uma avaliação prévia do paciente. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila de espera, aumentando o risco de morte de pacientes pelo não atendimento no tempo adequado.
Diante disso, verifica-se a necessidade de repensar e reformular a atuação nos serviços de urgência e emergência, com vistas à prestação de uma atenção resolutiva, humanizada e acolhedora (BRASIL, 2002).
Dessa perspectiva emerge a discussão acerca do acolhimento, o qual representa uma estratégia para a otimização do atendimento em urgência e emergência, uma vez que favorece a construção de confiança e compromisso entre as equipes e os serviços (BRASIL, 2009). Além disso, possibilita avanços na relação entre usuários, funcionários e gestores da saúde. 
Muito tem se falado sobre as formas de acolhimento e a sua importância como uma prática de saúde. Mas você sabe o que significa “acolher”?
 A palavra ‘acolher’ significa ‘dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender’ (FERREIRA, 1975 citado por BRASIL, 2009).
O acolhimento como ‘ato ou efeito de acolher’ expressa uma ação de aproximação, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou alguém. É nesse sentido que se considera o acolhimento como uma das diretrizes de maior importância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS (BRASIL, 2009).
Diante desse contexto, em 2002 foi publicada a Portaria n.º 2.048 que propôs a implantação da realização de acolhimento e triagem classificatória de risco nas unidades de atendimento de urgências.
Nishio e Franco (2011) citam que o acolhimento é uma ferramenta assistencial de suma importância, porém, muitas vezes, não é utilizada adequadamente. Avaliar a vulnerabilidade e os riscos do paciente implica em estar atento não só ao sofrimento físico, mas também psíquico, valorizando as queixas do paciente. Leia o exemplo e reflita:No Brasil, preconiza-se o termo Acolhimento com Classificação de Risco, que objetiva priorizar o atendimento de acordo com critérios clínicos e não por ordem de chegada, identificando prontamente as condições de risco de vida, agir no tempo terapêutico, organizar o processo de trabalho e espaço físico, reduzir a superlotação; informar os pacientes e familiares sobre o tempo de espera diminuindo a ansiedade gerada pelo desconhecido e esclarecer a comunidade sobre a forma de tratamento (NISHIO; FRANCO, 2011). A adolescente A.M. de 15 anos de idade, chega a uma unidade de saúde sozinha, andando, visivelmente angustiada. Diz estar com muita dor na barriga. A profissional que a recebe avalia que ela pode ficar na fila. Depois de 35 minutos esperando, A.M. volta à recepção e diz que a dor está aumentando, mas é reconduzida a esperar a sua vez na fila. Passados outros 15 minutos, A.M. cai no chão e é levada para o atendimento, em coma, por ter ingerido veneno para interromper uma gravidez indesejada (BRASIL, 2009).
 Colega, após a leitura acima, você consegue perceber a importância da implantação do Acolhimento com Classificação de risco? Essa história nos monstra que a Classificação de Risco é uma ferramenta que visa organizar o fluxo de pacientes que procuram os serviços de urgência/emergência, proporcionando um atendimento resolutivo e humanizado. 
E como deverão ser realizados o acolhimento e a triagem classificatória de risco?
Segundo Nishio e Franco (2011) existem protocolos de classificação de risco utilizados mundialmente são: Emergency Severity Index (ESI), Australasian Triage Scale (ATS), Canadian Triage Acuity Scale (CTAS) e o Protocolo de Manchester.
O protocolo do Ministério da Saúde utiliza a mesma lógica do modelo canadense (CTAS) e está relacionado ao Projeto Humaniza SUS. O instrumento de avaliação escolhido deve ser adaptado para a realidade local em um consenso do grupo de profissionais enfermeiros da instituição (NISHIO; FRANCO, 2011).
A triagem classificatória deverá ser realizada por profissional de saúde, de nível superior, com treinamento específico, por meio da utilização de protocolos pré-estabelecidos. É proibida nessa triagem, a dispensa de pacientes antes que estes recebam atendimento médico. Dessa forma, após a triagem, os pacientes são encaminhados aos consultórios médicos. Uma vez realizado o atendimento, o paciente deverá ter sua referência garantida, através do encaminhamento realizado às centrais de regulação ou aos fluxos previamente pactuados (BRASIL, 2002).De acordo com a Portaria n.º 2.048/2002, o acolhimento dos pacientes poderá ser realizado na própria recepção e por profissionais de saúde designados e treinados. Em seguida, deverá ser feita a triagem classificatória de risco, que tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, dispondo-os em ordem de prioridade para o atendimento (NISHIO; FRANCO, 2011).
Dessa forma, após o atendimento inicial realizado pela recepção o paciente é encaminhado ao enfermeiro, o qual realiza a classificação de risco, por meio da anamnese e exame físico. Posteriormente o paciente é encaminhado ao médico e reavaliado pelo enfermeiro. A classificação de risco se dará por cores, conforme preconiza o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004). Veja o quadro a seguir:O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), através da Resolução n. 423 de 2012, normatiza no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem a participação do Enfermeiro na atividade de classificação de riscos, determinando que esta atividade é privativa do Enfermeiro e que este deverá estar dotado de conhecimentos, competências e habilidades técnica-científica para tal procedimento.
ClassificaçãoIntervenção médicaReavaliação do enfermeiroPrioridades
Vermelho (emergência)Intervenção médica imediata Cuidados contínuosTratamento médico imediato 
Amarelo (urgência)Avaliação médica < 30 minutos A cada 30 minutosAguardam atendimento médico prioritário
Verde (semi-urgência)Avaliação médica < 1 hora A cada 60 minutosAguardam consulta com prioridade em relação ao azul
Azul (não urgência)Avaliação médica < 2 horas A cada 2 horasAtendimento por ordem de chegada

Quadro 1 – Níveis de gravidade por cor e tempo de 

atendimento.

Fonte: NISHIO; FRANCO (2011).
O acolhimento com classificação de risco é uma ferramenta gerencial importante para humanizar e priorizar o atendimento prestado, bem como permite adequar as prioridades estabelecidas às reais necessidades da comunidade.
Para implantar o acolhimento com classificação de risco é importante a valorização da comunicação com o paciente, e, essa atitude envolve aprendizado e mudança de comportamento por parte dos profissionais. 
Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_Acolhimento_com_Classificacao_de_Risco_nos_servicos_de_urgencia_e_emergencia.html

Acidente Vascular Encefálico: contextualização dos cuidados de enfermagem



Conforme avaliado pelo MS, houve redução da taxa de mortalidade por AVE ou AVC no país. Essa redução foi de 32% em dez anos e ocorreu em indivíduos de até 70 anos.  Ainda no segundo semestre de 2012, o MS também divulgou o novo protocolo de assistência ao paciente com AVE isquêmico e hemorrágico, por meio da Portaria n. 664, de 12 de abril de 2012 (BRASIL, 2012).
Na portaria há previsão de ampliação da assistência voltada às vítimas mediante a reestruturação dos serviços prestados e ainda, como novidade, a incorporação do trombolítico e fibrinolítico Alteplase (com indicação para AVE isquêmico dentro de quatro horas e meia). O uso deste fármaco permeia a redução dos riscos de sequelas em 31%, reduzindo também o índice de mortalidade em até 18% (BRASIL, 2012b; BRASIL, 2012c; AME, 2009).
Estima-se que até o ano de 2014 serão investidos em todo o país o total de 437 milhões para ampliar a assistência às vítimas de AVE, propiciando o aumento na quantidade de leitos hospitalares, onde pretende-se criar 1.225 novos leitos nos 151 municípios que concentram 231 prontos-socorros. Além disso, parte dos insumos será destinada ao tratamento com uso do Alteplase, 96 milhões ao total (BRASIL, 2012a). Com todas essas modificações e previsões de melhorias, vamos relembrar os aspectos principais do acometimento por AVE isquêmico e hemorrágico? Você lembra quais são as diferenças entre ambos e quais suas principais ações enquanto profissional de enfermagem no atendimento aos pacientes?
O AVE, ou o “derrame”, como é popularmente conhecido, constitui um importante problema de saúde púbica no mundo sendo uma das mais importantes causas de morte. A doença atinge cerca de 16 milhões de pessoas a cada ano, provocando a morte de em média 6 milhões dos acometidos. No Brasil, apenas no ano de 2011 foram registradas 172.298 internações e 99.159 óbitos (BRASIL, 2012c).
O AVE pode ser definido como uma síndrome de rápido desenvolvimento de distúrbios clínicos da função cerebral que pode culminar em danos neurológicos permanentes ou transitórios. Pode ainda levar ao coma ou à morte, não possuindo outra causa aparente além da de origem vascular. Sua ocorrência é causada por trombose, embolia ou hemorragia (ROLIM; MARTINS, 2011; COSTA; SILVA; ROCHA, 2011).
No AVE há uma interrupção súbita da circulação cerebral (em um ou mais vasos sanguíneos), promovendo obstrução total ou parcial do suprimento sanguíneo e oxigênio, que pode levar a grave lesão celular ou necrose. Neste sentido, o prognóstico é sempre melhor quando há uma ação ágil que promova a restauração rápida da circulação (BIRNEY et al., 2007).
 No contexto do AVE isquêmico, a causa mais comum da interrupção do fluxo sanguíneo é o bloqueio total ou parcial da artéria que nutre determinada área cerebral. Este fenômeno pode ocorrer por conta de uma aterosclerose2  ou pela formação de um coágulo ou deslocamento de um trombo (BIRNEY et al., 2007).

Representa, na população nacional, segundo diferentes estatísticas, entre 53% a 85% dos casos (ROLIM; MARTINS, 2011, p.2106).
Já no AVE hemorrágico há sangramento no encéfalo ou em seu entorno provocando compressão e lesão tecidual. A hemorragia entre o cérebro e o crânio é chamada de hemorragia subaracnóidea e pode ser causada pela ruptura de aneurismas, traumatismos cranianos ou malformações arteriovenosas. Se a hemorragia ocorre no tecido cerebral propriamente dito, deve ser intitulada de hemorragia intracerebral, tendo como causa principal a hipertensão arterial (BIRNEY et al., 2007).
Nota-se que essa patologia possui elevada capacidade em gerar danos neurológicos dependendo do local, tamanho da área de perfusão insuficiente e ainda a quantidade de fluxo sanguíneo colateral da lesão. Dentre os danos provocados pelo AVE, verifica-se desde disfunções quanto a ansiedade e depressão até distúrbios motores, sensoriais, cognitivos e de comunicação (CAVALCANTE et al., 2012; ROLIM; MARTINS, 2011; COSTA; SILVA;ROCHA, 2011). 

Caro colega, vejamos a seguir os sinais e sintomas do AVE:

Os sinais e sintomas gerais que podem ser imediatamente verificados num AVE incluem:
Fraqueza;
Insensibilidade unilateral de membros;
Distúrbios na fala e visão;
Cefaleia;
Tonturas;
Alterações no nível de consciência.
E, além disso, verifica-se que outras manifestações clínicas são associadas de acordo com o envolvimento de cada artéria (artérias: vertebral anterior, cerebral média, cerebral posterior, vertebrobasilar, e carótida) (BIRNEY et al., 2007).
O cuidado na fase aguda, principalmente nos casos de AVE isquêmicos, deve ser o mais rápido possível, a fim de se evitar morte de tecido cerebral, assim para que a as ações sejam efetivas é necessário um conjunto de tecnologias disponíveis no tempo correto, tais como a tomografia computadorizada, preferencialmente, dentro das primeiras quatro horas desde o reconhecimento dos sinais e sintomas (ROLIM; MARTINS, 2011).
Em muitos trabalhos há a evidenciação de que o uso de exames de imagem é fator preponderante para diagnósticos diferenciais e para as definições e prescrições terapêuticas a serem implementadas, onde se reafirma a importância de um bom aparato no atendimento hospitalar, e nesta mesma perspectiva há a real necessidade das medidas anunciadas pelo Ministério da Saúde a fim de melhorar a estrutura do SUS no manejo desta patologia.
 Como sabemos o cérebro possui dois hemisférios: o hemisfério direito que controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo que controla o lado direito do corpo. Dessa forma, dependendo do local onde o AVE ocorrer teremos diferentes contextos de lesões e de deficiências neurológicas a serem trabalhadas pelos profissionais de saúde e pela enfermagem, já que a reabilitação é crucial para a recuperação dos pacientes (BIRNEY et al., 2007; ROLIM; MARTINS, 2011; COSTA; SILVA;ROCHA,  2011).
A seguir é possível observar as principais deficiências pós-acidente vascular encefálico:


AVE Esquerdo

Paralisia direita

 Deficiências visuais e da fala

Comportamento lento e cauteloso

Hemianopsiado campo visual direito

Perda da memória e da linguagem

Disartria direita

Arfasia

Apraxia

Hemiparesia 


AVE direito
 Paralisia esquerda
 Deficiências espaciais de percepção
 Comportamento rápido e impulsivo
 Hemianopsia do campo visual esquerdo
 Perda de memória em apresentações

Neste cenário, a Enfermagem assistencial defronta-se com desafios não só no que concerne ao pronto-atendimento dos pacientes, como também quanto às intervenções necessárias aos acometidos que se tornam dependentes por determinadas sequelas sob as quais estão em risco ao serem diagnosticados por essa patologia (CAVALCANTE et al., 2012).
Em relação ao tratamento, como considerações de enfermagem importantes, temos a prevenção de maiores complicações por meio do tratamento imediato que visa à sobrevivência e à prevenção de complicações. Dentre os elementos mais importantes figuram a avaliação neurológica contínua, suporte respiratório, monitorização contínua dos sinais vitais, posicionamento cuidadoso (imedindo-se contraturas e aspirações), controle de problemas gastrointestinais, assim como monitorização de líquidos, eletrólitos e estado nutricional (BIRNEY et al., 2007).
Em relação às medidas educativas tanto nas orientações aos pacientes, familiares e cuidadores no pós-evento, como também quanto aos aspectos preventivos da doença, exalta-se a importância da enfermagem quanto à educação em saúde.
Cabe ao profissional de enfermagem fornecer todo o respaldo informacional quanto aos riscos do desenvolvimento do AVE e como adequar-se as medidas preventivas.
Sobre as medidas de maior relevância a serem trabalhadas na educação em saúde preventiva, torna-se importante enfatizar a necessidade de controle de doenças como Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, a necessidade de manter uma dieta com baixas taxas de colesterol e sal, e ainda o controle de peso e do estresse, evitando-se o uso de tabaco e o estilo de vida sedentário (BIRNEY et al., 2007).
 Ademais, a orientação voltada à procura do serviço de saúde mais próximo, mediante ao aparecimento de sintomas também é fator importante para garantia do melhor prognóstico possível. Pois, os serviços de urgência e emergência bem como os centros de referência distribuídos em todo território nacional têm a capacidade de agir conforme protocolos estipulados para essa patologia (BIRNEY et al.,2007).

Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_Acidente_Vascular_Encefalico_contextualizacao_dos_cuidados_de_enfermagem.html

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e suas Centrais de Regulação Médica


O Ministério da Saúde lançou, em 2003, a Política Nacional de Urgência e Emergência com o intuito de estruturar e organizar a Rede de Urgência e Emergência no país.
A organização da Rede de Atenção às Urgências tem o objetivo de articular e integrar no SUS todos os insumos de saúde, visando a ampliação e qualificação do acesso humanizado e integral aos usuários com quadros de urgência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna.Dessa forma, a Rede de Atenção às Urgências nasceu a partir da consideração de que o atendimento aos usuários com situações agudas deve ser realizado por todas as portas de entrada dos serviços de saúde do SUS, possibilitando assim, a resolutividade integral da demanda ou a transferência, responsavelmente, para um serviço de maior complexidade, dentro de um sistema hierarquizado e regulado e organizado em redes regionais de atenção às urgências.
Segundo o Ministério da Saúde, essa rede possui os seguintes componentes:
Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;
Atenção Básica em Saúde;
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de Regulação Médica das Urgências;
Sala de Estabilização;
Força Nacional de Saúde do SUS;
Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) e o Conjunto de Serviços de Urgência 24 horas;
Atenção Hospitalar;
Atenção Domiciliar.

Dentre esses serviços abordaremos mais especificamente sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e as suas Centrais de Regulação Médica das Urgências. Vamos prosseguir?
A Rede de Urgências é pensada de maneira integrada e está à disposição da população, por meio de serviços mais próximos de sua residência. Com as Centrais de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU) 192, o Ministério da Saúde trabalha na organização da estrutura disponível.
Segundo o Ministério da Saúde, o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU) 192 compreende o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS.

Mas, como ocorre o atendimento realizado pelo SAMU?
O cidadão ao discar o número 192, estará ligando para uma Central de Regulação Médica que conta com profissionais de saúde e médicos treinados para orientar sobre os primeiros socorros via telefone. São esses profissionais que definem o tipo de atendimento, ambulância e equipe adequados a cada situação. A liberação de cada recurso será específica para a necessidade de cada paciente (BRASIL, 2012)
O SAMU atende o paciente em sua residência, no seu trabalho, em via pública, ou seja, através do telefone 192, o atendimento chega ao usuário onde ele estiver.
O SAMU 192, com suas unidades de Suporte Avançado e de Suporte Básico de Vida, responde às necessidades de nossa população, oferecendo a melhor resposta de pedido de auxílio, por meio de Centrais de Regulação Médica.

E o que é a Central de Regulação Médica e o seu funcionamento?
Segundo a Portaria nº 2.026, de 24 de agosto de 2011, em seu capítulo I artigo II a Central de Regulação Médica das Urgências deve "possuir estrutura física constituída por profissionais (médicos, telefonistas auxiliares de regulação médica e rádio-operadores) capacitados em regulação dos chamados telefônicos que demandam orientação e/ou atendimento de urgência, por meio de uma classificação e priorização das necessidades de assistência em urgência, além de ordenar o fluxo efetivo das referências e contra referências dentro de uma Rede de Atenção" (BRASIL, 2012).
A Central deve estar disponível a população através do telefone (192 número nacional ou por outros meios de comunicação municipais), onde o médico regulador refina e direciona a resposta mais adequada para cada tipo de ocorrência, seja por meio do envido uma equipe de atendimento ao local ou, por acionar outros meios cabíveis a determinada situação.
Todas as ocorrências registradas por outros meios (através da polícia militar ou corpo de bombeiros) devem obrigatoriamente ser repassadas a Central de Regulação para que a seguir sejam analisadas e atendidas.
A comunicação entre a Central de Regulação, as ambulâncias e os serviços que recebem os pacientes deve ser constante e executada com maestria.
O monitoramento no local da ocorrência é feito pelo médico regulador, via rádio, que tem o papel de orientar a equipe quanto aos procedimentos a serem executados para/com a vítima.
Os serviços de segurança e salvamento, sempre que houver atendimento de eventos com vítimas ou doentes, devem orientar-se pela decisão do médico regulador de urgências. Podem ser estabelecidos protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em situações excepcionais, mas, em nenhum caso, esses despachos podem ser feitos sem comunicação simultânea com o regulador e transferência do chamado de socorro para exercício da regulação médica (BRASIL, 2012).
Colega, agora que vimos um pouco mais sobre o cenário de atendimento que faz menção ao SAMU e a Central de Regulação de Urgência e Emergência, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre a atuação do profissional da enfermagem nesse âmbito...
Vários são as características exigidas para que o profissional de enfermagem trabalhe na atenção pré-hospitalar dentre as quais encontramos: formação e experiência, capacidade de lidar com estresse, trabalhar com tomadas de decisões rápidas, saber trabalhar em equipe, dentre outros.
 O enfermeiro é participante ativo da equipe de atendimento pré-hospitalar e assume em conjunto com a equipe a responsabilidade pela assistência prestada as vítimas. Atua onde há restrição de espaço físico e em ambientes diversos, em situações de limite de tempo, da vítima e da cena e, portanto são necessárias decisões imediatas, baseadas em conhecimento e rápida avaliação.
É importante ressaltarmos que o enfermeiro, além de oferecer subsídio direto ou indireto ao paciente também trabalha com questões relacionadas à instrução e capacitação de sua equipe. Além disso, é responsável por revisar e reformular protocolos de atendimento aos pacientes.
A equipe de enfermagem em si deve ser multidisciplinar, desta forma as divisões que existem no trabalho se tornam diminutas, ressaltando e identificando o foco de trabalho de toda uma equipe: o suporte ao paciente para que esse consiga superar as circunstâncias que o colocaram em determinada situação. Todo esse processo deve ser realizado com planejamento, experiência, destreza e implementação.
O papel da equipe de enfermagem, é considerado o elo entre o paciente e a equipe multidisciplinar. Para tanto, se torna necessário que esses profissionais estejam sempre em busca de atualizações e novos conhecimentos. 
Chegamos ao final de mais uma atualização, esperamos que você tenha se atentado para os aspectos importantes do tema abordado e que leve essa discussão para sua equipe de trabalho e para as grandes rodas de discussão. Até breve!
Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_Servico_de_Atendimento_Movel_de_Urgencia_e_suas_Centrais_de_Regulacao_Medica.html

Transporte aeromédico: conhecendo a relevância do Enfermeiro de bordo



O transporte aeromédico pode ser descrito como um deslocamento de pacientes em estados críticos, cujos quais, em grande parte das vezes, constituem a única opção viável para que o atendimento especializado seja propiciado ao indivíduo (SCUIDDIATO et al., 2012).
O número de pacientes vítimas de trauma excede outros tipos de intercorrências clínicas. Em vítimas de trauma, os cuidados pré-hospitalares podem fazer a diferença entre a vida e a morte; entre uma sequela temporária, grave ou permanente; ou entre uma vida produtiva e uma destituída de bem-estar (PHTLS, 2007).
Pode-se vincular a origem do transporte aeromédico, desde os períodos de guerras em que o transporte de feridos precisava ser rápido. Existem registros de que essa modalidade de transporte originou-se em 1870 em campo militar, durante a Guerra Franco-Prussiana, quando os combatentes feridos eram transportados por meio de balões de ar quente (SCUIDDIATO et al., 2012).
Foi na Primeira Guerra Mundial que a assistência a pacientes por meio desse tipo de transporte teve maior destaque.  No entanto, verifica-se que a assistência de enfermagem no transporte aeromédico só veio a ocorrer na Segunda Guerra Mundial, período em que os feridos já eram removidos em aviões de carga (SCUIDDIATO et al., 2012).
No Brasil, o fator que contribuiu diretamente para a necessidade de se ter estabelecido no país um serviço de transporte aeromédico foi devido ao aspecto de expansão territorial e a distribuição populacional já que dentre outros fatores causais o Brasil tem grandes extensões de difícil acesso, onde em caso de agravos nessas regiões o transporte terrestre não favorece o paciente (GENTIL, 1997).
Mesmo com a necessidade pré-existente, o transporte aeromédico só chegou efetivamente em território nacional na década de 1960, período em que a Força Aérea Brasileira introduziu em seu esquadrão a utilização de helicópteros de resgate que visavam atender à demanda de indivíduos vitimados por acidentes aeronáuticos (SCUIDDIATO et al., 2012).
Foi apenas em 1990 que esse tipo de atendimento teve sua estrutura ampliada, advinda da necessidade de se transportar pacientes em estado crítico de forma rápida e com chances diminutas de risco no ensejo de levá-lo a ter um melhor suporte em outra instituição de saúde que, em muitas vezes, se localizava distante da instituição de origem (SCUIDDIATO et al., 2012).
Figura 1: Evolução do Transporte aeromédico.

 Fonte: 

http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm

Profissional, agora que tal levarmos você a conhecer os tipos de aeronaves utilizadas para esse tipo de atendimento?
Com o aprimoramento e necessidades a serem supridas, a aviação passou a ter disponíveis para o uso no transporte aeromédico algumas variações quanto ao modelo e tipo de aeronaves utilizadas para o transporte de pacientes, dentre os quais podemos citar:
AeronavesCaracterísticas
Aeronaves para missões de média distância (King Air)
  • Capacidade: 1 médico, 1 enfermeiro, 2 pacientes
  • Acompanhantes: 2
  • Velocidade: 385 Km/h
Helicóptero para missões de curta distância
  • Capacidade: 1 médico, 1 enfermeiro, 2 pacientes
  • Velocidade: 220 Km/h
Aeronave para missões de longa distância (Learjet)
  • Capacidade: 1 médico, 1 enfermeiro, 2 pacientes
  • Acompanhante: 2
  • Velocidade: 600 Km/h
Quadro 1 - Tipos e características das aeronaves.

Fonte: Brasil, 2002.

Para saber mais sobre o que são preconizados nas aeronaves de transporte médico em relação a sua estrutura e equipamentos para o atendimento primário acesse a Portaria GM/MS n. 2048, de 05 de novembro de 2002 (BRASIL, 2002).
A equipe multidisciplinar é fundamental nesse âmbito para o correto funcionamento do processo de atendimento ao paciente no serviço de transporte aeromédico. 

Vamos discorrer um pouco mais a respeito do papel assumido pelos profissionais da saúde e principalmente pelo Enfermeiro de bordo?
A tripulação
Para que os profissionais da área da saúde possam atuar com segurança e embasados em normas técnicas e éticas, a equipe multidisciplinar é norteada por normas que regem seu trabalho, fundamentadas e regulamentadas pelos conselhos federais de Medicina e Enfermagem, além das portarias do Ministério da Saúde. Juntas essas normas, convergem de forma a proteger e fundamentar os profissionais da área para que suas atividades possam ser desempenhadas com aval normativo (BRASIL, 2002).
A Associação de Emergência de Enfermagem (Emergency Nurses Association) e  a Associação Nacional de Enfermeiros de Bordo (National Flight Nurses Association) dos Estados Unidos da América, ressaltam a importância da participação de profissionais capacitados e também com relevante experiência no manejo de pacientes críticos.
Verifica-se que o aumento da necessidade de remoção de pacientes pelo transporte aeromédico vem despertando em paralelo a atenção quanto à necessidade de profissionais capacitados e especializados a bordo. Esse tipo de atendimento conta com a participação de uma equipe multidisciplinar que por sua vez, possui um médico, um enfermeiro e o piloto (SCUIDDIATO et al., 2012).
A equipe de bordo no contexto do transporte aeromédico deve contar com profissionais capacitados e experientes no atendimento de pacientes críticos. Sob essa ótica a especialização e o aprimoramento constante do profissional para atuar nessa realidade de assistência é imprescindível.

Interessante não? Você já conhecia essa possibilidade de atuação? Possui algum colega inserido no atendimento aeromédico?
O Enfermeiro de bordo
 A importância da questão da especialização na área é tratada aqui, pois apesar de relativamente pouco abordada em instituições de ensino e de se tratar de uma área de atuação diferenciada, consta naResolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) n. 389/2011 a especificação não só do atendimento Pré-hospitalar como modalidade de aperfeiçoamento profissional na pós-graduação, como também a área aeroespacial (COFEN, 2011).
Ademais, a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, n. 7.498 de 25 de junho de 1986, também dispõe sobre o exercício do enfermeiro sob o contexto de sua autonomia no que tange a organização, atuação e coordenação da assistência aos pacientes críticos que necessitam de maior nível de complexidade pactuando com a Resolução Cofen 375/2011 que dispõe sobre a presença do Enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e Inter-Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido (SCUIDDIATO et al., 2012; BRASIL, 1986; COFEN, 2011).
Scuiddiato et al., (2012), também reforçam que na Portaria GM n. 2.048 de 05 de novembro de 2002 há o anteparo legal para o exercício desta atividade, a qual determina a necessidade de especialização dos profissionais que constituem as equipes de transporte aeromédico.
O papel do enfermeiro de bordo é imprescindível levando em consideração que a equipe trabalha na multidisciplinariedade em prol da qualidade de vida do paciente e assim, consegue exercer suas atribuições de forma funcional e otimizada (BRASIL, 2010).
Existem alguns critérios gerais para que se admita um tripulante em uma equipe de transporte aeromédico, requisitos esses que devem ser criteriosamente respeitados já que em se tratando de transporte aéreo, alterações como altitude, tempo de voo e capacidade física do profissional são importantes (BRASIL, 2010). Vamos ver quais são eles:
  • Capacidade cardiovascular;
  • Boas condições físicas;
  • Peso/altura proporcionais;
  • Capacidade de levantar no mínimo quarenta quilogramas (Kg);
  • Função pulmonar adequada;
  • Acuidade auditiva e visual;
  • Ausência de patologias restritivas.
 Portanto, o enfermeiro que atua no serviço aeromédico deve ter noções de aeronáutica, de fisiologia de voo, conforme o priorizado nas recomendações da Diretoria de Saúde Aeronáutica e da Divisão de Medicina Aeroespacial. O conhecimento necessário ao enfermeiro de bordo, de maneira geral, deve incluir noções de procedimentos realizados sob contextos normais e os de emergência em voo; evacuação de emergência; segurança no interior e ao redor da aeronave; fisiologia respiratória; disbarismos;ritmo circadiano; gases, líquidos e vapores tóxicos em aviação e cuidados específicos da saúde do paciente durante o transporte aéreo (IBACBRASIL, 2012; BRASIL, 2002; BRASIL, 2010).
Diante do exposto, podemos dizer que o enfermeiro deve ter noções intrínsecas do atendimento aeromédico, onde podemos destacar em consonância com o esclarecido na Portaria GM nº 2.048/2002, o conhecimento acerca da fisiologia de voo para que melhor possa atender as necessidades do paciente sem que, no entanto, se torne susceptível a qualquer risco ocupacional previsível.
Percebeu quantas informações específicas precisam ser trabalhadas no âmbito do transporte aeromédico? Esta área de atuação dos profissionais de enfermagem ainda pode ser considerada nova e apresenta-se sob franco crescimento. Interessou-se por este tema? Aproveite para buscar mais fontes de conhecimento e instigar seus colegas! Assim, você poderá explorar novos campos de atuação e com isso contribuir para o interesse profissional do próximo! 
Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_Transporte_aeromedico_conhecendo_a_relevancia_do_Enfermeiro_de_bordo.html

Acidentes por animais peçonhentos: atualizando o saber da enfermagem


Os acidentes por animais peçonhentos são reconhecidos por subcategorias, conforme o agente causal, dessa forma, os acidentes podem ser provocados por serpentes, aranhas, lonomias, escorpiões e outras lagartas (BRASIL, 2010).
Esses acidentes constituem um relevante problema de saúde pública dada a sua alta incidência em todos os anos nas varias regiões do Brasil. Segundo dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) somente no ano de 2012 foram notificados 39.960 casos de acidentes com escorpiões em todo o país (BRASIL, 2013).
O envenenamento provocado pelo escorpião também pode ser intitulado escorpionismo, nele há inoculação de toxinas por meio do aparelho inoculador ou ferrão do animal, localizado na região distal da calda,a qual pode deflagrar reações localizadas ou sistêmicas (BRASIL, 2010; BRASIL, 2009).
Os escorpiões não possuem o hábito de atacarem o homem de modo intencional, o acidente geralmente ocorre pelo contato com o animal fazendo-o reagir mediante a situação de risco. O risco de ocorrências pode ser verificado com qualquer espécie de escorpião mediante ao contato com o ser humano. Além disso, uma vez que o acidente tenha ocorrido, não há imunidade adquirida (BRASIL, 2010).
Na maior parte das espécies conhecidas e de relevância médica, o veneno acaba por estimular canais de sódio nas terminações nervosas de forma inespecífica, também provocando a estimulação nervosa periférica sensitiva, motora e do sistema nervoso autônomo (BRASIL, 2010).
Verifica-se que todas as espécies de escorpiões possuem veneno com potencial de injetá-lo por meio de seu ferrão, o nível de risco de cada espécie é determinado pela relação entre a toxicidade do veneno e o indivíduo. Além disso, a gravidade desse tipo de acidente é dada também pela quantidade de veneno injetado, a região acometida (local da picada) e também pela sensibilidade da pessoa ao veneno (BRASIL, 2010).
Nesse sentido, em geral, a sensibilidade é maior na proporção em que a idade da pessoa diminui, ou seja, quanto mais jovem, maiores as chances de uma reação acentuada e de um envenenamento sistêmico grave. Em geral nos adultos, é possível observar quadros benignos como consequência de reações locais (BRASIL, 2010). 

De acordo com o exposto pelo Ministério da Saúde (2010), as manifestações clínicas no âmbito do escorpionismo podem ser classificadas em locais e sistêmicas. Vamos ver quais são elas?
Manifestações locais
 O sintoma imediatamente verificado é a dor que pode irradiar-se para as regiões adjacentes ou membro todo, sinais inflamatórios não são muito evidentes. O quadro álgico também pode estar acompanhado de parestesia, eritema e sudorese na região circundante à picada. O ápice do desenvolvimento das manifestações locais ocorre nas primeiras horas após o acidente, muito embora este período tenha a duração de até 24 horas.
Manifestações sistêmicas
Em um curto período de tempo, dentro de um intervalo de minutos até no máximo três horas, podem surgir em crianças algumas manifestações sistêmicas, essas manifestações ocorrem por conta de um descompasso entre o sistema nervoso simpático e parassimpático, sendo responsáveis pelas formas graves de escorpionismo. Dentre os sintomas destacam-se a intensificação da sudorese, agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia, hiper ou hipotensão arterial, arritmia cardíaca, taquicardia, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e choque.  
Uma vez instauradas as manifestações clínicas, o diagnóstico é clínico-epidemiológico, não existindo nenhum exame laboratorial para confirmação. Em muitas das vezes o diagnóstico médico pode ser dificultado, pois a visualização da marca do ferrão costuma ser incomum. Os exames complementares serão úteis para o auxílio nas condutas e acompanhamento de acometidos pelas referidas manifestações sistêmicas (BRASIL, 2010; BRASIL, 2009).

E o tratamento como é feito?
 O tratamento nos casos de manifestações clínicas locais costuma ser sintomático. Já o tratamento específico consiste em administrar soro antiescorpiônico (SAEsc) ou antiaracnídico (SAA) aos pacientes moderados a graves. A maior parte dos casos notificados é considerada benigno/leve e não necessitam de soroterapia, e, dentre os casos graves, a maior parte dos óbitos registrados ocorre em crianças (BRASIL, 2010; BRASIL, 2009).
Como informação de grande valia para a Enfermagem, a administração dos soros deve ocorrer da mesma maneira que os soros antiofídicos, pela via intravenosa, sob constante cuidado para com as possíveis manifestações adversas. Especialmente nos casos pediátricos moderados e graves, a vigilância contínua dos sinais vitais deve ser priorizada, a fim de fornecer suporte diagnóstico e abordagem precoce no manejo das complicações (BRASIL, 2010).
A suscetibilidade de acidentes por animais peçonhentos, em especial por escorpiões ou lacrau, tal como é conhecido em determinadas regiões do país, é aumentada em áreas urbanas pelo acúmulo de lixo e entulhos, que somados ao clima propício, fornecem parâmetros ideais de proliferação (BRASIL, 2010; BRASIL, 2009).
Na maioria das espécies verifica-se maior atividade durante o período noturno, principalmente durante os meses mais quentes e chuvosos do ano. No entanto, por conta das mudanças climáticas verificadas em todo o mundo este padrão tem sido modificado, onde alguns animais têm se apresentado ativos em todas as estações do ano (BRASIL, 2010; BRASIL, 2009).

Caro profissional, e qual é o nosso papel frente à prevenção de acidentes com escorpiões?
Os escorpiões são atraídos pela disponibilidade de alimentos. Uma medida de enfermagem efetiva na educação em saúde e como forma de prevenir a sua proliferação nas residências e no peri-domicílio é orientar a população quanto ao acúmulo de entulhos de lixo e de matéria orgânica, a fim de evitar também a presença de baratas já que estes insetos são o principal alimento dos escorpiões nas áreas urbanas (BRASIL, 2009).
As orientações de enfermagem nas áreas endêmicas podem ocorrer no sentido de como proceder mediante aos casos de acidentes. Nessas ocasiões é de fundamental importância que o atendimento seja realizado o mais rápido possível, dessa forma limpar o local com água e sabão e dirigir-se ao serviço de saúde mais próximo devem ser as ações imediatas da população (BRASIL, 2009).
A orientação dada quanto à captura do animal nos acidentes com serpentes e aranhas também se aplicam no escorpionismo. Nesse sentido, quando houver a possibilidade para tal, a captura do escorpião pode ser um importante auxiliador no diagnóstico médico (BRASIL, 2009). 
[...] A sensibilização de autoridades e gestores de saúde para a implementação de parcerias entre órgãos ligados à limpeza urbana, ao saneamento, às obras públicas e à educação, é imprescindível para a implementação das medidas de controle. Aliado a isso, ações continuadas de educação ambiental e em saúde garantem a perenidade das mudanças geradas a partir das medidas de controle, de maneira que estas sejam incorporadas no dia-a-dia da população (BRASIL, 2009, p. 23). 
Como profissionais de saúde nós também podemos atuar junto às autoridades para a promoção de medidas de controle dos animais peçonhentos de maior relevância em saúde. Compete às autoridades a definição de responsabilidades na vigilância em saúde, unindo forças aos setores de controle de zoonoses, núcleos de entomatologia e demais centros de referências em animais peçonhentos (BRASIL, 2009).

Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_Acidentes_por_animais_peconhentos_atualizando_o_saber_da_enfermagem.html

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Aprenda mais sobre segurança do paciente


Voltamos a ressaltar a importância da segurança do paciente.

Esta é uma responsabilidade compartilhada com os serviços de saúde, profissionais de saúde e mesmo dos  pacientes.

Veja os principais pontos do documento "10 passos para a segurança do paciente" do COREN-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo/Btasil) e REBRAENSP (Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente - Polo São Paulo).
    1.Identificação do paciente


2 . Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos


3.    Cateteres e sondas – conexões corretas



4.    Cirurgia segura


5.    Sangue e hemocomponentes – administração segura

6.    Paciente envolvido com sua própria segurança

7.    Comunicação efetiva

8.    Prevenção de queda


9.    Prevenção de úlcera por pressão





10.    Segurança na utilização de tecnologia



A Organização Mundial da Saúde vem incentivando avanços em todo o mundo para aumentar e garantir a segurança do paciente. Se você é um profissional da saúde, não deixe de checar o site da organização. Já existem muitos documentos disponíveis a todo o mundo que lidam com essa questão. E a parceria com a rede ePORTUGUÊSe possibilitou que grande parte dos principais documentos estão disponíveis em português.

Fonte:http://eportuguese.blogspot.com.br/2013/02/aprenda-mais-sobre-seguranca-do-paciente.html