sábado, 13 de julho de 2013

Entendendo a Morte Encefálica

O que significa “morte encefálica” ?

Morte encefálica é a definição legal de morte. É a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. Isto significa que, como resultado de severa agressão ou ferimento grave no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é bloqueado e o cérebro morre.


Morte encefálica é permanente e irreversível.


Como fica decidido que nosso ente querido está com Morte encefálica ?

Um médico conduz os exames médicos que dão o diagnóstico de morte encefálica. Esses exames são baseados em sólidas e reconhecidas normas médicas. Entre outras coisas, os testes incluem um exame clínico para mostrar que seu ente querido não tem mais reflexos cerebrais e não pode mais respirar por si próprio. Em muitos casos, os testes são duas vezes realizados, com intervalo de diversas horas, para assegurar um resultado exato.
Adicionalmente, outro teste pode incluir o exame do fluxo sanguíneo (angiograma cerebral) ou um eletroencefalograma. Estes testes são feitos para confirmar ausência do fluxo sanguíneo ou da atividade cerebral. Você pode pedir ao médico para que lhe explique ou lhe mostre como a morte encefálica do seu ente querido foi declarada.
Estes testes medem a atividade cerebral. Possivelmente, seu ente querido pode apresentar atividades ou reflexos espinhais, como um movimento ou uma contração muscular. Reflexos espinhais são causados por impulsos elétricos que permanecem na coluna vertebral. Estes reflexos são possíveis, mesmo que o cérebro esteja morto.


O que acontece com nosso ente querido enquanto esses testes estão sendo feitos?


Ele é colocado em uma máquina que respira por ele ou ela, chamada ventilador, para que o cérebro possa logo enviar sinais dizendo ao corpo para respirar. Medicamentos especiais para ajudar na manutenção da pressão sanguínea e outras funções do corpo podem também ser dados para seu ente querido.
Durante o teste da morte encefálica, o ventilador e os medicamentos continuam, mas eles não interferem na determinação da morte encefálica.


Não há drogas que podem parar o trabalho do cérebro dando um falso diagnóstico?

Certos remédios podem mascarar a função cerebral, assim como relaxantes musculares e sedativos. Quando os exames são terminados, seu ente querido pode receber uma dose menor dessas drogas em seu corpo. O médico pode, então, medir mais acuradamente a atividade cerebral. Geralmente, outros exames são feitos para confirmar a morte encefálica se certas drogas são usadas.


Se nosso ente querido está realmente morto, por que seu coração ainda bate?

Enquanto o coração tem oxigênio, ele pode continuar a bater O ventilador providencia oxigênio para manter o coração batendo por várias horas. Sem este socorro artificial, o coração deixaria de bater.


É possível que nosso ente querido esteja somente em coma?

Não. O paciente em coma está medica e legalmente vivo e pode respirar quando o ventilador é removido e/ou ter atividade cerebral e fluxo sanguíneo no cérebro. Seu ente querido não está em coma.


O que acontece quando sua morte encefálica é declarada?

Uma vez dado o diagnóstico de morte encefálica, seu ente querido é declarado legalmente morto. Esta é a hora que deve constar no atestado de óbito. A hora da morte não é a hora da retirada do ventilador.


Pode nosso ente querido sofrer alguma dor ou sofrer após a morte encefálica ser declarada?

Não. Quando alguém está morto, não sente dor e não sofre de maneira alguma.


Há mais alguma coisa que possa ser feita?

Antes da morte encefálica ser declarada, todo o possível para salvar a vida do seu ente querido é feito. Após o diagnóstico de morte encefálica, não há qualquer chance de recuperação.
Dizer adeus a um ente querido que está em morte encefálica é uma experiência difícil. Seu ente querido pode parecer que está apenas dormindo. O ventilador abastece os pulmões com ar. O monitor do coração pode indicar que o ele ainda está batendo. Seu ente querido pode estar aquecido quando o toca e ter cor em sua face. Mas, realmente, seu ente querido está morto.


O que acontece em seguida à declaração de morte encefálica?

Em muitos casos, a morte encefálica resulta de um acidente repentino ou ferimento. Um profissional da saúde falará com você sobre certas decisões que você precisa tomar nesse momento. Dentre essas decisões uma seria a de remover o ventilador e a outra seria a doação dos órgãos e/ou tecidos.


Lembre que seu ente querido já está legalmente morto e a não será a remoção do ventilador que irá causar a sua morte.


Fonte: http://www.abto.org.br/

Vetos ao Ato Médico são vitória do SUS, diz Conselho Nacional de Saúde

Presidente do conselho defendeu 'equipes multiprofissionais' no atendimento
Lei foi publicada no Diário Oficial da União com dez vetos de Dilma.

 

A presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, disse nesta quinta-feira (11) que os vetos da presidente Dilma Rousseff a alguns artigos da Lei do Exercício Profissonal dos Médicos, conhecida como Ato Médico foram "vitórias do Sistema Único de Saúde". Para Maria do Socorro, alguns artigos da lei que foram vetados impossibilitariam um atendimento adequado aos usuários do SUS.
A lei, com os vetos, foi publicada nesta quinta-feira (11) no Diário Oficial da União. O quarto artigo, que define as atividades que são exclusivas aos médicos, teve nove pontos vetados. Um dos trechos mais polêmicos, que definia ser privativo aos médicos a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica, foi suprimido pela presidente. A lei entra em vigor em 60 dias, de acordo com o texto publicado no Diário Oficial.
"Queremos colocar para a população brasileira a importância dos vetos da presidente Dilma. É uma vitória do Sistema Único de Saúde [...] Um dos princípios do SUS é a integralidade no cuidado à saúde do usuário e nesse sentido, defendemos uma equipe multiprofissional. Isso exige um conhecimento interdisciplinar. Nós entendemos que alguns artigos da lei impediriam o exercício da garantia do direito do usuário. Os cuidados sobre os pacientes não podem ser exclusivamente dos médicos", disse Maria do Socorro de Souza.
A presidente do CNS defendeu a decisão e disse que "atende as recomendações do Conselho" e "apresenta avanços que podem assegurar o acesso de todos ao SUS".

Vetos
No total, dez trechos da Lei do Ato Médico foram vetados: os nove no quarto artigo e um no quinto.

O ponto vetado do quinto artigo da lei restringia o acesso a cargos de direção e chefia de serviços médicos apenas a médicos, impedindo que eles fossem assumidos por outros profissionais da saúde, como enfermeiros.

Para o governo federal, ao não incluir uma definição precisa do que seriam "serviços médicos", a lei geraria insegurança sobre a sua aplicação. "O Poder Executivo apresentará uma nova proposta que preservará a lógica do texto, mas conceituará o termo de forma clara", disse a presidente Dilma Rousseff ao Blog do Planalto.
Entre os trechos mantidos estão os que definem que a indicação e execução de intervenção cirúrgica é atividade privativa dos médicos, além da aplicação de anestesia geral.
Um dos pontos polêmicos mantidos na lei define que apenas médicos podem fazer a indicação e a execução de "procedimentos invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias", de acordo com o texto publicado no Diário Oficial.
Acupunturistas e profissionais de outras áreas, como tatuadores, temem restrições ao seu campo de trabalho por conta da interpretação que pode ser feita do que é um procedimento invasivo.
A aplicação de injeções e a indicação do uso de próteses poderão ser realizadas por outros profissionais da saúde e não são atividades exclusivas dos médicos, segundo os artigos que foram vetados.
Interesse público
A presidente Dilma Rousseff disse ter feito os vetos para preservar o interesse público na área da saúde, aponta o Blog do Planalto, canal de comunicação do governo.

O texto original inviabilizaria ações definidas em protocolos e diretrizes clínicas estabelecidas no SUS, de acordo com a presidente.
Para Dilma, da forma como foi redigido, o trecho vetado que previa que o diagnóstico e o tratamento fossem feitos exclusivamente por médicos "impediria a continuidade de inúmeros programas do Sistema Único de Saúde, que funcionam a partir da atuação integrada dos profissionais de saúde, contando, inclusive, com a realização do diagnóstico nosológico por profissionais de outras áreas que não a médica", disse ela ao Blog do Planalto.
"É o caso de programas de prevenção e controle à malária, tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros. Assim, a sanção do texto colocaria em risco as políticas públicas da área de saúde, além de introduzir elevado risco de judicialização da matéria", completou Dilma.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/07/vetos-ao-ato-medico-sao-vitoria-do-sus-diz-conselho-nacional-de-saude.html