Segundo Coren, direção do posto tomou medidas
arbitrárias ao exonerar funcionários.
O Coren-RJ (Conselho Regional de Enfermagem do Rio
de Janeiro) avalia a possibilidade de pedir a interdição do PAM (Posto de
Atendimento Médico) de São João Meriti, em Baixada Fluminense, onde uma idosa
morreu após receber uma injeção de café com leite aplicada por estagiária.
A medida do Coren seria para garantir a segurança
da população e a integridade dos profissionais de enfermagem. Segundo o
conselho, a direção do posto tomou diversas medidas arbitrárias logo após a
morte da idosa, como a a exoneração da enfermeira responsável técnica e de
outros profissionais de enfermagem do PAM. O presidente do Coren, Pedro de
Jesus Silva, disse que não foi dada a chance de defesa aos funcionários.
— Se não há o resultado da sindicância, o melhor
procedimento seria o de afastar os envolvidos para investigar com neutralidade.
A exoneração sumária pode estar antecipando penalidades, sem que o processo
probatório tenha sido concluído, sendo essa conduta inadmissível.
Ainda de acordo com o presidente, o convênio de
estagio foi feito entre a unidade de ensino e a secretaria municipal de saúde
de São João de Meriti. No caso do PAM, na linha de autoridade, a diretora geral
de Saúde, é também responsável pelo programa de estágio do Posto.
Pedro de Jesus também estranhou que a sindicância
aberta para apuração da ocorrência do PAM esteja nas mãos de médicos e
advogados.
— Se estão investigando problemas ocorridos com a
enfermagem, é inconcebível não haver um enfermeiro entre os membros do
inquérito.
O presidente do Coren-RJ ainda questionou o fato de
a Secretaria Estadual de Educação não ser notificada, uma vez que também é
responsável pelo registro, autorização e reconhecimento dos cursos, enfim a
formação dos estagiários.
O PAM de São João de Meriti acumula desde março de
2011 uma série de irregularidades, verificadas pela fiscalização do Coren como
ausência de SAE (sistematização da assistência de enfermagem); inexistência da
certidão de responsabilidade técnica da enfermeira chefe; presença de
estagiários de cursos técnicos de enfermagem sem a supervisão direta do
profissional enfermeiro preceptor, contrariando a Resolução 371/11 do Cofen
(Conselho Federal de Enfermagem); existência de alunos em atendimentos
domiciliares a pacientes sem a atuação direta de enfermeiro supervisor; falta
de prática da educação continuada; ausência de programas de capacitação dos
quadros; e déficit de pessoal, que alcança cerca de 60%.
Com base em todas as irregularidades encontradas, o
Coren pretende fazer uma interdição ética dos profissionais, assegurando dessa
forma a segurança do exercício profissional, a qualidade da assistência e a
garantia de uma saúde livre de riscos à sociedade.
Estudante presta depoimento
A estudante de enfermagem, de 23 anos, afirmou que
tinha apenas três dias de estágio quando injetou café com leite na veia da
idosa, que morreu em seguida. As informações são da Polícia Civil, com base no
depoimento da jovem na Delegacia de São João de Meriti (64ª DP), na tarde de
quarta-feira (17). Ela também disse que a técnica de enfermagem responsável
pela supervisão não acompanhou o procedimento. A estagiária estava apenas na
companhia de outra aluna.
Fonte:
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/conselho-de-enfermagem-avalia-interdicao-de-posto-onde-idosa-morreu-com-injecao-de-cafe-com-leite-20121018.html
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