quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Doação de órgãos: diretrizes para reduzir contraindicações mal atribuídas

Para o membro do Comitê de Transplante e Doação de Órgãos da AMIB, Dr. Glauco Westphal, contraindicações mal atribuídas é um dos principais fatores que contribuem para a baixa taxa nacional de doação
  
Último levantamento feito pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com dados do ano de 2016, revela que a taxa de doadores efetivos de órgãos no país apresentou leve crescimento, atingindo 14,4 por milhão de população (pmp), mas ainda foi menor do que o esperado, já que a meta estipulada há 5 anos para o ano de 2017 era de 20 doadores pmp. Até setembro do ano passado, 32.712 pacientes adultos e 910 pacientes pediátricos estavam na fila nacional de transplantes.

Apesar de o Brasil ter o maior sistema público de transplantes do mundo, em números absolutos, o desempenho efetivo – número de procedimentos realizados em relação à população – ainda é baixo. Na análise do Dr. Glauco Westphal, membro do Comitê Científico de Transplante e Doação de Órgãos da AMIB, ainda há um longo caminho pela frente, pois a meta estipulada para 2017 era de 20 pmp. “Diante desse cenário, oferecer uma diretriz que oriente os intensivistas de forma clara a respeito da seleção e validação do potencial doador de órgãos, é fundamental”, garante.

 Dados do último Registro Brasileiro de Transplantes apontam que o maior motivo de perdas de doadores ainda é a não autorização familiar. Das 7.669 notificações de potenciais doadores em 2016, 4.490 resultaram em entrevistas com a família. Desse total, em 1.965 casos (44%), a doação não foi autorizada. A segunda causa de perdas foi a contraindicação médica, que ocorreu em 1.197 casos (16%), além dos 874 casos de perda por parada cardíaca no doador (11%). Mais 1.418 perdas foram atribuídas a outras causas, geralmente ligadas a problemas logísticos (18%).

“Temos que informar os intensivistas, que são fundamentais no processo, de que a doação de órgãos é uma sequencia de eventos que começa e termina na UTI. É onde tudo se define.”, afirma o Dr. Westphal.

A AMIB tem como meta orientar, treinar e capacitar os profissionais de Terapia Intensiva para atuarem do modo mais adequado junto ao potencial doador e seus familiares, de forma a efetivar a doação de órgãos. Em um primeiro momento, preparar esses profissionais para conduzirem a entrevista familiar. É uma situação de grande perda e dor que sobrevêm aos familiares, onde os sentimentos são confusos, e a falta de acolhimento ou a má condução da comunicação entre equipe  assistencial e familiares podem colocar tudo a perder. “A equipe precisa estar preparada para conduzir o processo da forma mais adequada”, ele alerta.

É frequente que se responsabilize a cultura da população pelas altas taxas de não autorização familiar, o que geralmente não é verdadeiro. A experiência de outros países como a Espanha, demonstra que a intenção da população em não doar permanece constante durante décadas, ao mesmo tempo em que as taxas de não autorização caem fortemente, alcançando cifras menores que as observadas em pesquisas junto à população. Esses resultados surpreendentes foram alcançados graças a um forte programa de capacitação das equipes de terapia intensiva para realização de entrevista familiar. 

Outro ponto crucial é a manutenção clínica do potencial doador. As técnicas para manutenção do potencial doador também exigem acurácia. Apesar de não ser um procedimento muito complexo, deve ser feito de forma correta e sistematizada. Além disso, o que observamos em relação à manutenção do potencial doador, é a existência de certa resistência, talvez até mesmo um certo preconceito da equipe em prestar cuidado a alguém que já não tem mais vida.

“O que deve ficar claro é que não estamos simplesmente manipulando um cadáver, mas garantindo condições clínicas para que aquela pessoa que se encontra em morte encefálica possa ser um doador de órgãos e ajudar outras pessoas que necessitam desses órgãos para sobreviver ou melhorar sua qualidade de vida. Enxergar além de um indivíduo morto é uma forma de beneficiar outras pessoas em situações de alto risco”, enfatiza.

Outro ponto importante é a seleção e a validação do potencial doador. “O objetivo da diretriz de seleção e validação é fornecer subsídios mínimos ao intensivista na realização do diagnóstico da morte encefálica e avaliação de critérios expandidos e contraindicações para doação. É importante que o intensivista entenda que não deve contraindicar de forma sumária e impulsiva casos que não representam contraindicações absolutas. Por exemplo, não há limites de idade para ser doador da maior parte dos órgãos, assim como doadores com sorologia positiva para vírus da hepatite B ou hepatite C podem ser doadores de órgãos para portadores desses vírus. Além disso, embora ainda não seja a realidade brasileira (não há regulamento técnico para tal), há relatos de doação de órgãos de portadores do vírus HIV para receptores igualmente portadores. Nesse sentido, entendemos que o conhecimento gera segurança e evita contraindicações que podem descartar órgãos em boas condições” conclui.

A AMIB é uma parceira da ABTO no desenvolvimento de iniciativas conjuntas como as diretrizes de manutenção e de validação, estudos clínicos, capacitações e outras ações voltadas à doação de órgãos.


Para mais detalhes acesse a íntegra da nova diretriz no link: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n3/0103-507X-rbti-28-03-0220.pdf

Fonte:http://www.amib.org.br/detalhe/noticia/doacao-de-orgaos-diretrizes-para-reduzir-contraindicacoes-mal-atribuidas/

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

10 dicas para dar um show na hora da entrevista do mestrado ou do doutorado

Já faz um tempinho que acompanho uns site buscando me preparar melhor para os processos seletivos na pós-graduação. 

Os conteúdos me ajudaram muito, porém, os comentários e relatos de experiência da galera é que foram de vital importância. Diante disso, agora já aprovado para o programa de Mestrado que gostaria, me sinto à vontade para contribuir com a minha experiência e deixar algumas dicas que considero importantes para garantir a aprovação na fase de ENTREVISTA.

1. COMPORTE-SE DE ACORDO COM O HUMOR DA BANCA
Quando eu notei que os professores da minha banca estavam sorrindo e de bom humor antes de me chamarem, já sabia que podia usar desse artifício para me sair melhor. Ou seja, na hora de explicar o meu projeto não fui tão formal nas palavras e tentei mostrar o quanto ele de fato era importante para a área e o quanto eu estava motivada para realizá-lo.

Acredito que se a banca for composta por pessoas de semblante mais sério, mais “fechado”, o candidato não pode chegar todo sorridente. Tem que dançar conforme a música para poder incentivar a empatia de quem está te avaliando.

2. CONHEÇA TUDO SOBRE O SEU PROJETO
Essa dica já apareceu em outro post, né? Mas não custa frisar a importância disso, pois é de fato MUITO IMPORTANTE. Você pode até pensar “ah, mas fui eu mesmo quem escreveu o projeto, sei de cabeça todos os pontos dele, só preciso dar uma olhada na última hora para lembrar”. Cara, não faça isso. O projeto tem justificativas importantes, tem bons argumentos, tem dados, tem conclusões excelentes (tem! Se ele foi aprovado é por que tem).

Logo, você precisa saber isso de forma perfeita. Na hora, com aqueles olhinhos te olhando, com a pressão do tempo, com a pressão do que tudo isso significa para você, vish! Esquecer de tudo e não saber falar é o mais provável de acontecer.

Eu mesma estudei o meu projeto dia e noite, fiz um mini roteiro mental do que diria, na ordem que diria, quando diria, e na hora H fiz tudo diferente. Mas…eu podia fazer isso por que de fato conhecia o meu projeto de “cabo a rabo” então tinha como explicá-lo bem de uma forma diferente da idealizada originalmente. Portanto, foco no projeto!

3. ENTENDA O TIPO DE ANÁLISE PROPOSTA NO SEU PROJETO
Não basta você dizer “Quero fazer uma análise quantitativa”. Os professores podem te questionar, “Mas por que exatamente você acha que esse tipo de análise é a melhor para esse caso?” E aí, se você não souber responder, tchau tchau. Tem que saber o porquê de tudo que está no seu projeto. De tudo!

4. COMPREENDA COMO FUNCIONA O MUNDO DA PESQUISA
Caso você tenha feito uma boa graduação, participado de projetos de pesquisa, tenha sido bolsista, tudo fica mais fácil. Você vai saber se esquivar das perguntas numa boa. Porém, essa não é a realidade da maioria dos formados, então você vai ter que procurar saber como o mundo da pesquisa funciona. O que é um artigo, como ele é publicado, como funciona o sistema Qualis dos periódicos, esse tipo de coisa.

Na hora da minha entrevista uma das perguntas foi “Como você pretende multiplicar os dados levantados na sua pesquisa? Como eles podem de fato ser úteis para o avanço das pesquisas nessa área?” Essas coisas você tem que saber! Orientador não quer aluno “cru” daqueles que tem que ensinar tudo do começo ao fim. Se ele notar que você já é esperto nessas coisas já vai pensar “esse cara sabe trabalhar sozinho, não vai ficar dando trabalho” e aí suas chances de aprovação sobem bastante.

5. CONHEÇA SUAS REFERÊNCIAS
As referências que você utilizou no seu projeto já mostram a linha de pensamento que você está mais inclinado a concordar. O mundo acadêmico é vasto, ou seja, opiniões, explicações e teorias diferentes são um elemento constante. Portanto, conheça o autor que você está citando, saiba a importância dele para sua área, saiba se ele está vivo ou morto, em que instituição trabalha, isso tudo pode te ajudar a entender melhor o contexto dele e consequentemente suas ideias.

Uma dica muito valiosa: Utilize as mesmas referências que o seu futuro orientador usa. Como saber isso? Vá no lattes dele, encontre os artigos que ele publicou e aí você vai encontrar os autores em que ele se baseia. Isso vai te dar bons pontos na hora da seleção. Ninguém quer orientar em uma linha em que não concorda, não é mesmo? Seu orientador também não vai querer, então, mais uma vez “dance conforme a música”.

6. NÃO SE APEGUE AO SEU PROJETO!
Eu sei, dá o maior trabalhão construir o projeto do zero e torná-lo viável para ser aceito. Dá até um sentimento de “Esse é o melhor projeto do mundo” depois de tanto trabalho para fazer ele, não é mesmo? Eu sei, quando você termina o projeto é por que suas ideias já estão todas nele, então é justo pensar que ele está pronto e acabado para ser executado assim.

PEIMMMMMMMM! (Isso é para ser um sinal sonoro) CUIDADO! Muito cuidado e calma nessa hora.

Se você acabar se apegando ao seu projeto suas chances de não ser aceito vão aumentar! Pensa aqui comigo: Você está apenas iniciando sua vida profissional nessa área, você está apresentando sua ideia de pesquisa para pessoas que respiram esse tema há muitos e muitos anos, que estão carecas de saber sobre isso, enfim, que tem uma base muito ampla e sólida nisso que você recém está entrando.

Seja coerente! Se te perguntarem: “Seu projeto está fechado, acabado?” A única resposta possível é “Não”. Isso não vai passar uma imagem de desconhecimento e sim uma imagem de humildade e maturidade. Professor nenhum quer aluno arrogante que mal saiu das fraldas ditando regras e ideias aqui e acolá. Claro, complemente sua resposta: “Meu projeto foi criado dentro do que sou hoje como profissional, dentro das minhas possibilidades e limitações. Não acredito que ele esteja totalmente perfeito e acabado, pois ainda preciso das aulas do curso, das orientações dos professores mais experientes e de mais estudo para deixá-lo pronto”.

Portanto, nada de se apegar ao projeto e dizer coisas como “Ele está pronto assim e nada nele precisa ser alterado”. Precisa, sempre precisa, você sabe disso.

7. SEJA CLARO!
O tempo passa voando na entrevista. Não tem como você ficar fazendo rodeios para responder uma pergunta. Seja objetivo e franco. Se te perguntarem “precisa de bolsa para fazer o curso?” Você precisa ser totalmente claro e sincero. Se fazer o curso está totalmente atrelado ao ganho da bolsa, diga.

Se você acharia bem legal ter a bolsa mas ela não é essencial, diga também. Na minha entrevista utilizei “A existência da bolsa me ajudaria muito, porém se não ganhar, ainda assim vou fazer o curso até o fim, pois ele é a minha prioridade e o meu maior desejo no momento”. Simples assim.

8. SEJA SINCERO!
Na minha entrevista rolou de tudo. Foram 30 minutos muito bem gastos! Os professores faziam perguntas que eu sabia exatamente como responder, outras em que eu tinha dúvidas e algumas onde eu tive vontade de dizer, “Mas assim vocês estão querendo me matar!” Juro! Algumas perguntas eu realmente não consegui encontrar uma resposta. O que fazer nessas horas? Inventar? Tentar enrolar? Nada disso!

Já disse antes que os professores são muito experientes nessa área, ou seja, se você ficar inventando vai acabar falando bobagem e eles vão perceber. Seja sincero. Se você realmente não sabe algo, aceite isso. A minha saída foi dizer “Esse ponto é realmente nebuloso para mim nesse momento, porém tenho certeza que o curso vai dar conta de preencher essa lacuna e que isso não será um problema no futuro”. Pronto.

Claro que os professores esperam em você a postura de um profissional, você já é formado, já se espera o mínimo de conhecimentos. Porém, ninguém é obrigado a saber tudo na ponta da língua (sem mencionar o fator “nervosismo” que afeta bastante também) e é muito digno dizer “não sei mas tenho certeza que saberei da próxima vez que me perguntar”. Honestidade sempre ganha pontos.

9. QUE ROUPA USAR NO DIA DA ENTREVISTA?
Essa pergunta me perturbou muito nos dias anteriores à minha entrevista. Se você já conhece os professores isso até pode não ser tão problemático, afinal eles já te viram, já sabem como você se veste, vocês já se conhecem. Todavia, se você está entrando em um programa em que não conhece nenhum professor essa dúvida sobre roupas é quase certa de acontecer.

Minha dica é: Vá com uma roupa confortável. Pensa aqui comigo, você já está nervoso(a) pela situação em si, vai ficar quebrando a cabeça com roupa? Não né! Os professores querem analisar o seu conhecimento e não as roupas que você usa. Claro, o mínimo de bom senso sempre é bom: cabelos penteados, barba feita, unhas cortadas, nada de chinelo havaiana ou bermudas, etc, etc… o básico que todo mundo sabe.

Na minha seleção eu fui com uma calça jeans, uma camisa e um sapato baixo. Não usei maquiagem, pois onde eu moro é muito quente. Já pensou começar a suar e ficar com a cara parecendo o Coringa? Ia ser um tiro no pé. Também vi pessoas arrumadas como se estivessem indo para uma festa, joias, unhas enormes, maquiagem pesada, relógios imensos.

Enfim, cada um vai como se sentir melhor, se o seu estilo do cotidiano é mais simples, vá assim para a entrevista, nada de querer inovar nesse momento. Essa é a hora de você aparecer pelo seu conhecimento e não pelas suas roupas e acessórios.

10. FALE BEM!
Falar bem, com um volume adequado, com boa dicção e voz não é para todo mundo, mas mesmo assim, nessa hora você precisa mandar bem nesse aspecto! Pesquisadores constantemente são chamados para apresentar suas produções em seminários e eventos científicos.

Se os professores da banca perceberem que você fala de forma errada e sem convicção, como podem acreditar que você vai defender as pesquisas (e consequentemente o grupo de pesquisa na qual ela está vinculada) de forma positiva? Pois é, tudo conta para ser aceito em um programa de pós-graduação. Portanto, não tenha medo, abra os pulmões e fale tudo que você tem para falar com absoluta segurança.

Não fique com medo da banca, são só pessoas assim como você e eu, não são deuses (ainda que alguns pensem que são). Imagine que eles são pessoas que você gosta e se sente à vontade e solte a voz! Essa é uma forma de você conquistar a confiança das pessoas que te analisam, passando…CONFIANÇA.

Enfim, essas foram as 10 dicas que nasceram da minha experiência e que julguei importante dividir com o pessoal aqui do site, já que esse mesmo pessoal já me ajudou tanto antes da minha aprovação. Boa sorte para todos nos seus processos seletivos!


Texto escrito por Bianca Bueno, mestranda em Educação.

Fonte:http://posgraduando.com/dicas-entrevista-mestrado-doutorado/

sábado, 15 de abril de 2017

Nova Escala de Coma de Glasgow

Em 1974, o Instituto de Ciências Neurológicas (Glasgow), foi o líder mundial em pesquisa e cuidados clínicos para lesões cerebrais. Dr. Bryan J. Jennett e Dr. Graham Teasdale, publicaram um artigo na revista The Lancet sobre a avaliação do coma e consciência prejudicada, propondo um método de avaliação estruturada conhecida como a Escala de Coma de Glasgow .

Quarenta anos mais tarde (2014), Sir Graham Teasdale conduziu um projeto para entender o uso atual da Escala de Coma de Glasgow, êxitos e deficiências percebidas.

Esta pesquisa foi incorporada como uma  nova abordagem estruturada para a avaliação para melhorar a precisão, confiabilidade e comunicação da escala.



O QUE HÁ DE NOVO

A avaliação fiável da Escala de Coma de Glasgow é a chave para a satisfação do usuário e a realização de um bom atendimento e qualidade da pesquisa clínica. O objetivo do novo esquema estruturado é, portanto, reforçar uma abordagem da avaliação padrão e melhorar a consistência de uso.

Avaliação estruturada
As medidas tomadas para avaliar cada componente da escala são definidos de forma mais clara. a necessidade de relatórios sobre as três componentes da escala, em vez do que a soma total foi enfatizado.

A avaliação estruturada é realizada executando as seguintes etapas:

1.        AVALIAÇÃO: identificar quaisquer fatores que podem influenciar a avaliação. 
2.        NOTAS:  comportamento espontâneo em qualquer um dos três componentes do GCS (abertura ocular, o teor de fala e movimento sobre o lado direito e o lado esquerdo). 

3.            SPURS/ESTÍMULOS:

1.            Verbal: dizendo ou gritando uma ordem. 

2.            Física: pressão na ponta do dedo, trapézio ou arco supra-orbitária

4.            VALORES: atribuir pontuação de acordo com a melhor resposta observada.

É importante para lembrar que se um critério/ componente não pode ser monitorada (verbal, olho ou motor) você não deve atribuir um padrão marcando 1. Ele é deixado em branco e/ ou a razão pela qual você não pode monitorar especificado.

Escalas oculares e verbais

Alguns termos foram atualizados.
A “pressão de abertura dos olhos” substituiu a “abertura à dor” , em parte para refletir com precisão a natureza do estímulo utilizado, em parte por causa das reservas sobre o conceito de dor como uma componente de cuidados e, em parte, a incerteza de se uma sensação de dor num paciente com uma coma é necessário (ou mesmo possível).

Na escala verbal, “palavras inadequadas” e “sons incompreensíveis” foram simplificadas por “palavras” e “sons”.

Resposta motora
A composição do componente de motor de escala foi alterada em 1976 por adição de um passo adicional: a introdução de diferenciação entre “normal” de flexão e “anormal”. 

Estudos de variabilidade observador tinha mostrado que esta distinção foi difícil para o pessoal menos experiente, por isso não foi incluído nas descrições originais. No entanto, os resultados dos estudos começaram a mostrar que a distinção foi útil para a previsão. Isto levou à chamada escala motor “estendida” foi adotado pela primeira vez para a investigação e, em seguida, tomar gradualmente em atendimento clínico de rotina, e agora é o sistema mais utilizado.
A transição entre flexão normal e anormal raramente é um fator chave na tomada de decisões sobre os pacientes e a escala mais simples original também se manteve em uso, levando à possibilidade de confusão entre dois sistemas. Para resolver a confusão, a recomendação atual é, portanto, use apenas a escala motora estendida seis pontos para todos os efeitos (que geralmente é usado na prática clínica e cujo conhecimento é mais difundido).
estímulo
A técnica de estimulação utilizada para obter respostas não foi firmemente especificado no relatório original de 1974. Um ano mais tarde (horário de enfermagem Teasdale, 1975) uma descrição mais detalhada do uso prático da Escala de Coma de Glasgow referiu-se aos lugares para estimulação como o leito ungueal, o músculo trapézio e arco supra-orbital.
A avaliação das respostas motoras em pessoas que não obedecem ordens ainda tendo em conta a pressão dos dedos de informação e sites (trapézio / arcos supra-orbital). Na prática, a sequência será normalmente nesta ordem, a pressão do seu dedo antes ter usado quando abrir os olhos ou não espontaneamente produzir o som.
Alguns têm expressado preocupações de que a força indevida exercida repetidamente no leito ungueal pode causar danos (embora muito raramente). Tem sido proposto como uma alternativa a uma pressão no lado do dedo. Na ausência de provas da equivalência das respostas aos diferentes locais, o prego ainda é recomendado, distalmente ao invés de proximal, com a variação no tempo estimulado dedo em qualquer paciente (usando diferentes dedos de cada vez).
Tanto o trapézio como os cumes da testa são recomendados para o estímulo central em uma seqüência padrão de intensidade graduada. A pressão por trás da mandíbula (retromandibular / processo estilóide), de acordo com os autores, isso é difícil de aplicar com precisão e é não recomendado para uso rotineiro. Estimulação esfregando os dedos sobre o esterno não é recomendado; pode causar “nódoas negras” e as respostas podem ser difíceis de interpretar.
Muitos que trabalham na a emergência sabe uma variedade quase ilimitada de lugares para realizar a estimulação dolorosa a uma pessoa a quem estamos prestando atenção … tanto para verificar o nível de consciência grosso modo (AVPU escala, por exemplo) ou a resposta aos vários componentes do GCS, para governar para fora que estamos na presença de um paciente “simulador”. Eu acho que alguns dos métodos utilizados (beliscar partes do corpo, por exemplo), embora eficaz, pode muito bem ser substituídos por outros, como os estabelecidos na Escala de Coma de Glasgow.


Fonte: 

https://www.portalenf.com/2017/02/nova-escala-coma-glasgow/

http://www.glasgowcomascale.org/




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Suporte Básico de Vida – Diretrizes 2015


O tratamento da parada cardíaca tem suas origens nos tempos bíblicos e os esforços de melhoria tem se prolongado através dos séculos. O marco para a realização das técnicas modernas ocorreu no ano de 1950, quando o procedimento foi dividido nos passos A (vias aéreas/ airways), B (Ventilação/ breathing) e C (Circulação/circulation), e, em 1960, quando os pesquisadores Koewenhoven, Jude e Knickerbocker publicaram um artigo sobre o uso das manobras de compressão torácica, enfatizando que “tudo o que se precisa são duas mãos” descrevendo os seus achados sobre 14 sobreviventes em um universo de 20 tentativas em que aplicaram esta técnica. 
Nesse momento existencial a RCP era considerada um procedimento estritamente médico, e seu impacto limitado. Paulatinamente, os pontos de vista foram mudando e, por volta de 1974, as grandes vantagens de envolver o público em geral tornaram-se mais evidentes, quando a AHA publicou em um importante periódico científico de medicina, suas primeiras diretrizes destinadas tanto aos profissionais da saúde quanto a leigos, tendo como ponto de partida, dois princípios. O primeiro princípio consistia no fato de que um método ideal poderia ser definido para todas as situações de parada cardíaca inesperada; e o segundo, de que a disseminação desse conjunto de procedimentos poderiam e deveriam ser posta em prática no âmbito da sociedade em geral. 
Inúmeros esforços têm sido empreendidos no sentido de se estabelecer um protocolo padronizado para o tratamento da PCR através dos tempos, sendo o estabelecimento dessas diretrizes consolidadas na década de 60, quando se estabeleceu o ILCOR, que sistematizou esses esforços através de uma ampla revisão da literatura científica publicada referente ao tema, culminando com o primeiro consenso científico internacional, no ano de 2000, e vem realizando revisões periódicas deste consenso, que ocorreram em 2005, 2010 e 2015.
Os Comitês internacionais de ressuscitação foram direcionados a aprimorar e produzir conhecimentos sobre a RCP, rever periodicamente as diretrizes e simplificar o processo do atendimento. Fazendo-se necessário, também prosseguir com a investigação em métodos de ensino que possam aumentar a retenção de conhecimentos e habilidades em RCP, num esforço contínuo para contribuir positivamente com os resultados do atendimento da parada cardíaca.

A realização imediata de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em uma vítima de parada cardiorrespiratória (PCR), ainda que for apenas com compressões torácicas no pré- hospitalar, contribui sensivelmente para o aumento das taxas de sobrevivência das vítimas de parada cardíaca.
Cerca de 56 a 74% dos ritmos de PCR, no âmbito pré-hospitalar, ocorrem em fibrilação ventricular (FV). O sucesso da ressuscitação está intrinsecamente relacionado a uma desfibrilação precoce, ideal, dentro dos primeiros 3 a 5 minutos após o colapso. A cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito sem desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem em 7 a 10%. Com a RCP, essa redução é mais gradual, entre 3 e 4% por minuto de PCR.
Programas internacionais de RCP e desfibrilação externa automática precoce, realizada por leigos, com taxas de sobrevivência da ordem de até 85%, podem servir de modelo para melhorar o manejo da parada cardíaca em outras comunidades.
O maior desafio, sobretudo no Brasil, é ampliar o acesso ao ensino de RCP, estabelecer processos para a melhora contínua de sua qualidade, além de minimizar o tempo entre a RCP e a aplicação do primeiro choque pelo desfibrilador.
Portanto, as ações realizadas durante os minutos iniciais de atendimento a uma emergência são críticas em relação à sobrevivência da vítima. O suporte básico de vida (SBV) define essa sequência primária de ações para salvar vidas. Por mais adequado e eficiente que seja um suporte avançado, se as ações de suporte básico não forem realizadas de maneira adequada, será extremamente baixa a possibilidade de sobrevivência de uma vítima de PCR.
Resumo dos principais pontos de discussão e alterações
Entre as principais questões e alterações feitas nas recomendações da Atualização das Diretrizes de 2015 para profissionais de saúde estão:
 Estas recomendações permitem flexibilidade no acionamento do serviço médico de emergência para corresponder melhor ao ambiente clínico do profissional de saúde.
 Socorristas treinados são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas (ou seja, verificar se há respiração e pulso ao mesmo tempo), na tentativa de reduzir o tempo até a primeira compressão torácica.
 Equipes integradas por socorristas bem treinados podem usar uma abordagem coreografada que execute várias etapas e avaliações simultaneamente, em vez do modo sequencial, utilizado por socorristas individuais (por exemplo, um socorrista ativa o serviço médico de emergência, enquanto outro começa as compressões torácicas, e um terceiro fornece ventilação ou busca o dispositivo bolsa-válvula-máscara para ventilações de resgate, e um quarto busca e prepara o desfibrilador).
 Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação excessiva).
 A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
 A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2 polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
 Para que haja retorno total da parede do tórax após cada compressão, os socorristas devem evitar apoiar-se no tórax entre as compressões.
 Os critérios para minimizar as interrupções são esclarecidos, com a maior meta possível na fração de compressões torácicas, com alvo de pelo menos 60%.
 Em locais onde os sistemas de SME já adotaram conjuntos de procedimentos que envolvem compressões torácicas contínuas, o uso de técnicas de ventilação passiva pode ser considerado parte desse conjunto para vítimas de PCREH.
 Em pacientes com RCP em curso e uma via aérea avançada instalada, recomenda-se uma frequência de ventilação simplificada de 1 respiração a cada 6 segundos (10 respirações por minuto).

SBV na atualidade:

RCP de Alta Qualidade
A ênfase no Suporte Básico de Vida (BLS – Basic Life Suport) nas Diretrizes 2015 continua na qualidade da massagem cardíaca. Portanto, uma RCP de qualidade significa comprimir o tórax na frequência e profundidade adequadas, permitir o retorno do tórax a cada compressão, minimizar interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva. As novas recomendações ficaram descritas assim:
Houve modificação nas compressões torácicas, que agora devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 /min;
Também foi mudada a profundidade da compressão torácica em um adulto médio, que deve ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm;
Para garantir o retorno do tórax após cada compressão o socorrista não deve apoiar-se no tórax entre as compressões;
A meta em termos de minimizar as interrupções é garantir que as compressões torácicas ocorram em ao menos 60% do tempo da RCP. Isso significa evitar interromper as compressões por mais de 10 segundos;
Para minimizar ventilações excessivas, uma vez colocada a via aérea avançada, a proporção de ventilações foi simplificada para 10 respirações por minuto (uma ventilação a cada seis segundos).

Suporte Básico de Vida para Adultos – Socorrista Leigo
Foi reforçada a recomendação para que exista disponibilidade de desfibrilador (DEA) em locais públicos com grande probabilidade de ocorrer uma PCR presenciada (aeroportos, instalações esportivas, espaços de espetáculos, etc);
Para ajudar o leigo a reconhecer uma PCR (e iniciar o atendimento), bastam apenas os seguintes critérios: a vítima não ter resposta, ou não respirar, ou ter uma respiração anormal (gasping). O treinamento do leigo deve ser para reconhecer esses padrões, sem precisar checar pulso. Para um leigo não treinado, ele pode ser orientado facilmente por telefone;
O algoritmo foi modificado para que o socorrista ative o Serviço Médico de Emergência sem sair do lado da vítima (usando celular);
Tendo reconhecido a PCR, o socorrista leigo que não tiver treinamento deve realizar apenas compressões torácicas até a chegada de um DEA ou de outros socorristas treinados, ou ainda até que a vítima começa a se movimentar espontaneamente;
A orientação para o leigo não treinado é: “comprimir com força e rapidez no centro do tórax”;
Para o leigo treinado, foi reforçada a sequência C – A – B para atendimento (circulation – airway – breathing). Portanto o socorrista deve começar pelas compressões torácicas antes de realizar abertura de vias aéreas e ventilações. A proporção permanece de 30 compressões para 2 ventilações;
Foi acrescentada a possibilidade de administrar naloxona intramuscular ou intranasal em casos de suspeita de intoxicação por opióides nas quais o paciente tenha ausência de resposta ou respiração anormal. Isso só poderá ser feito por socorristas leigos treinados ou profissionais de saúde.

Suporte Básico de Vida para Adultos – Profissional de Saúde
Para identificar a PCR, o profissional treinado pode checar a respiração e o pulso ao mesmo tempo para minimizar o tempo para o início das compressões torácicas;
Identificada a PCR e estando sozinho, usar o celular para acionar o Serviço Médico de Emergência e obter um DEA antes de iniciar a RCP. Não estando sozinho, pedir para alguém fazer isso enquanto se inicia a RCP;
A nova recomendação é para utilizar o DEA assim que ele estiver disponível, o que significa interromper as compressões torácicas e desfibrilar o paciente;
Quando o Serviço Médico de Emergência assumir pode ser feita uma estratégia de 3 ciclos de 200 compressões contínuas com choques interpostos, enquanto se usa apenas insuflação de oxigênio passiva.

Fonte:
http://www.segurancadopaciente.com.br/central_conteudo/artigos-comentados/suporte-basico-de-vida-bls-novas-diretrizes-2015/

https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf