Já faz um tempinho que acompanho uns site buscando me preparar
melhor para os processos seletivos na pós-graduação.
Os conteúdos me ajudaram muito, porém, os comentários e relatos de experiência da galera é que foram de vital importância. Diante disso, agora já aprovado para o programa de Mestrado que gostaria, me sinto à vontade para contribuir com a minha experiência e deixar algumas dicas que considero importantes para garantir a aprovação na fase de ENTREVISTA.
Os conteúdos me ajudaram muito, porém, os comentários e relatos de experiência da galera é que foram de vital importância. Diante disso, agora já aprovado para o programa de Mestrado que gostaria, me sinto à vontade para contribuir com a minha experiência e deixar algumas dicas que considero importantes para garantir a aprovação na fase de ENTREVISTA.
1. COMPORTE-SE DE ACORDO COM O HUMOR DA BANCA
Quando eu notei que os professores da minha banca estavam
sorrindo e de bom humor antes de me chamarem, já sabia que podia usar desse
artifício para me sair melhor. Ou seja, na hora de explicar o meu projeto não
fui tão formal nas palavras e tentei mostrar o quanto ele de fato era
importante para a área e o quanto eu estava motivada para realizá-lo.
Acredito que se a banca for composta por pessoas de
semblante mais sério, mais “fechado”, o candidato não pode chegar todo
sorridente. Tem que dançar conforme a música para poder incentivar a empatia de
quem está te avaliando.
2. CONHEÇA TUDO SOBRE O SEU PROJETO
Essa dica já apareceu em outro post, né? Mas não custa
frisar a importância disso, pois é de fato MUITO IMPORTANTE. Você pode até
pensar “ah, mas fui eu mesmo quem escreveu o projeto, sei de cabeça todos os
pontos dele, só preciso dar uma olhada na última hora para lembrar”. Cara, não
faça isso. O projeto tem justificativas importantes, tem bons argumentos, tem
dados, tem conclusões excelentes (tem! Se ele foi aprovado é por que tem).
Logo, você precisa saber isso de forma perfeita. Na hora,
com aqueles olhinhos te olhando, com a pressão do tempo, com a pressão do que
tudo isso significa para você, vish! Esquecer de tudo e não saber falar é o
mais provável de acontecer.
Eu mesma estudei o meu projeto dia e noite, fiz um mini
roteiro mental do que diria, na ordem que diria, quando diria, e na hora H fiz
tudo diferente. Mas…eu podia fazer isso por que de fato conhecia o meu projeto
de “cabo a rabo” então tinha como explicá-lo bem de uma forma diferente da
idealizada originalmente. Portanto, foco no projeto!
3. ENTENDA O TIPO DE ANÁLISE PROPOSTA NO SEU PROJETO
Não basta você dizer “Quero fazer uma análise quantitativa”.
Os professores podem te questionar, “Mas por que exatamente você acha que esse
tipo de análise é a melhor para esse caso?” E aí, se você não souber responder,
tchau tchau. Tem que saber o porquê de tudo que está no seu projeto. De tudo!
4. COMPREENDA COMO FUNCIONA O MUNDO DA PESQUISA
Caso você tenha feito uma boa graduação, participado de
projetos de pesquisa, tenha sido bolsista, tudo fica mais fácil. Você vai saber
se esquivar das perguntas numa boa. Porém, essa não é a realidade da maioria dos
formados, então você vai ter que procurar saber como o mundo da pesquisa
funciona. O que é um artigo, como ele é publicado, como funciona o sistema
Qualis dos periódicos, esse tipo de coisa.
Na hora da minha entrevista uma das perguntas foi “Como você
pretende multiplicar os dados levantados na sua pesquisa? Como eles podem de
fato ser úteis para o avanço das pesquisas nessa área?” Essas coisas você tem
que saber! Orientador não quer aluno “cru” daqueles que tem que ensinar tudo do
começo ao fim. Se ele notar que você já é esperto nessas coisas já vai pensar
“esse cara sabe trabalhar sozinho, não vai ficar dando trabalho” e aí suas
chances de aprovação sobem bastante.
5. CONHEÇA SUAS REFERÊNCIAS
As referências que você utilizou no seu projeto já mostram a
linha de pensamento que você está mais inclinado a concordar. O mundo acadêmico
é vasto, ou seja, opiniões, explicações e teorias diferentes são um elemento
constante. Portanto, conheça o autor que você está citando, saiba a importância
dele para sua área, saiba se ele está vivo ou morto, em que instituição
trabalha, isso tudo pode te ajudar a entender melhor o contexto dele e
consequentemente suas ideias.
Uma dica muito valiosa: Utilize as mesmas referências que o
seu futuro orientador usa. Como saber isso? Vá no lattes dele, encontre os
artigos que ele publicou e aí você vai encontrar os autores em que ele se
baseia. Isso vai te dar bons pontos na hora da seleção. Ninguém quer orientar
em uma linha em que não concorda, não é mesmo? Seu orientador também não vai
querer, então, mais uma vez “dance conforme a música”.
6. NÃO SE APEGUE AO SEU PROJETO!
Eu sei, dá o maior trabalhão construir o projeto do zero e
torná-lo viável para ser aceito. Dá até um sentimento de “Esse é o melhor
projeto do mundo” depois de tanto trabalho para fazer ele, não é mesmo? Eu sei,
quando você termina o projeto é por que suas ideias já estão todas nele, então
é justo pensar que ele está pronto e acabado para ser executado assim.
PEIMMMMMMMM! (Isso é para ser um sinal sonoro) CUIDADO!
Muito cuidado e calma nessa hora.
Se você acabar se apegando ao seu projeto suas chances de
não ser aceito vão aumentar! Pensa aqui comigo: Você está apenas iniciando sua
vida profissional nessa área, você está apresentando sua ideia de pesquisa para
pessoas que respiram esse tema há muitos e muitos anos, que estão carecas de
saber sobre isso, enfim, que tem uma base muito ampla e sólida nisso que você
recém está entrando.
Seja coerente! Se te perguntarem: “Seu projeto está fechado,
acabado?” A única resposta possível é “Não”. Isso não vai passar uma imagem de
desconhecimento e sim uma imagem de humildade e maturidade. Professor nenhum
quer aluno arrogante que mal saiu das fraldas ditando regras e ideias aqui e
acolá. Claro, complemente sua resposta: “Meu projeto foi criado dentro do que
sou hoje como profissional, dentro das minhas possibilidades e limitações. Não
acredito que ele esteja totalmente perfeito e acabado, pois ainda preciso das aulas
do curso, das orientações dos professores mais experientes e de mais estudo
para deixá-lo pronto”.
Portanto, nada de se apegar ao projeto e dizer coisas como
“Ele está pronto assim e nada nele precisa ser alterado”. Precisa, sempre
precisa, você sabe disso.
7. SEJA CLARO!
O tempo passa voando na entrevista. Não tem como você ficar
fazendo rodeios para responder uma pergunta. Seja objetivo e franco. Se te
perguntarem “precisa de bolsa para fazer o curso?” Você precisa ser totalmente
claro e sincero. Se fazer o curso está totalmente atrelado ao ganho da bolsa,
diga.
Se você acharia bem legal ter a bolsa mas ela não é
essencial, diga também. Na minha entrevista utilizei “A existência da bolsa me
ajudaria muito, porém se não ganhar, ainda assim vou fazer o curso até o fim,
pois ele é a minha prioridade e o meu maior desejo no momento”. Simples assim.
8. SEJA SINCERO!
Na minha entrevista rolou de tudo. Foram 30 minutos muito
bem gastos! Os professores faziam perguntas que eu sabia exatamente como
responder, outras em que eu tinha dúvidas e algumas onde eu tive vontade de
dizer, “Mas assim vocês estão querendo me matar!” Juro! Algumas perguntas eu
realmente não consegui encontrar uma resposta. O que fazer nessas horas?
Inventar? Tentar enrolar? Nada disso!
Já disse antes que os professores são muito experientes
nessa área, ou seja, se você ficar inventando vai acabar falando bobagem e eles
vão perceber. Seja sincero. Se você realmente não sabe algo, aceite isso. A
minha saída foi dizer “Esse ponto é realmente nebuloso para mim nesse momento,
porém tenho certeza que o curso vai dar conta de preencher essa lacuna e que
isso não será um problema no futuro”. Pronto.
Claro que os professores esperam em você a postura de um
profissional, você já é formado, já se espera o mínimo de conhecimentos. Porém,
ninguém é obrigado a saber tudo na ponta da língua (sem mencionar o fator
“nervosismo” que afeta bastante também) e é muito digno dizer “não sei mas
tenho certeza que saberei da próxima vez que me perguntar”. Honestidade sempre
ganha pontos.
9. QUE ROUPA USAR NO DIA DA ENTREVISTA?
Essa pergunta me perturbou muito nos dias anteriores à minha
entrevista. Se você já conhece os professores isso até pode não ser tão
problemático, afinal eles já te viram, já sabem como você se veste, vocês já se
conhecem. Todavia, se você está entrando em um programa em que não conhece
nenhum professor essa dúvida sobre roupas é quase certa de acontecer.
Minha dica é: Vá com uma roupa confortável. Pensa aqui
comigo, você já está nervoso(a) pela situação em si, vai ficar quebrando a
cabeça com roupa? Não né! Os professores querem analisar o seu conhecimento e
não as roupas que você usa. Claro, o mínimo de bom senso sempre é bom: cabelos
penteados, barba feita, unhas cortadas, nada de chinelo havaiana ou bermudas,
etc, etc… o básico que todo mundo sabe.
Na minha seleção eu fui com uma calça jeans, uma camisa e um
sapato baixo. Não usei maquiagem, pois onde eu moro é muito quente. Já pensou
começar a suar e ficar com a cara parecendo o Coringa? Ia ser um tiro no pé.
Também vi pessoas arrumadas como se estivessem indo para uma festa, joias,
unhas enormes, maquiagem pesada, relógios imensos.
Enfim, cada um vai como se sentir melhor, se o seu estilo do
cotidiano é mais simples, vá assim para a entrevista, nada de querer inovar
nesse momento. Essa é a hora de você aparecer pelo seu conhecimento e não pelas
suas roupas e acessórios.
10. FALE BEM!
Falar bem, com um volume adequado, com boa dicção e voz não
é para todo mundo, mas mesmo assim, nessa hora você precisa mandar bem nesse
aspecto! Pesquisadores constantemente são chamados para apresentar suas
produções em seminários e eventos científicos.
Se os professores da banca perceberem que você fala de forma
errada e sem convicção, como podem acreditar que você vai defender as pesquisas
(e consequentemente o grupo de pesquisa na qual ela está vinculada) de forma
positiva? Pois é, tudo conta para ser aceito em um programa de pós-graduação.
Portanto, não tenha medo, abra os pulmões e fale tudo que você tem para falar
com absoluta segurança.
Não fique com medo da banca, são só pessoas assim como você
e eu, não são deuses (ainda que alguns pensem que são). Imagine que eles são
pessoas que você gosta e se sente à vontade e solte a voz! Essa é uma forma de
você conquistar a confiança das pessoas que te analisam, passando…CONFIANÇA.
Enfim, essas foram as 10 dicas que nasceram da minha
experiência e que julguei importante dividir com o pessoal aqui do site, já que
esse mesmo pessoal já me ajudou tanto antes da minha aprovação. Boa sorte para
todos nos seus processos seletivos!
Texto escrito por Bianca Bueno, mestranda em Educação.
Fonte:http://posgraduando.com/dicas-entrevista-mestrado-doutorado/
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