segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sespa lança campanha contra a hanseníase

Com o objetivo de intensificar as ações de prevenção e controle da hanseníase no Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lança na sexta-feira, 27, a partir das 10 horas, na Câmara Municipal de Marituba, a Campanha de Combate à Hanseníase 2012, que traz o slogan “Hanseníase tem Cura! É hora de Combater!".
Alusiva ao Dia Mundial de Combate à Doença (29 de janeiro), a campanha contém o Plano de Metas para 2012 elaborado pela Coordenação Estadual de Dermatologia Sanitária que, entre outras diretrizes, quer pontencializar as estratégias para ampliar a proporção de cura, reduzir os índices de abandono de tratamento, ampliar o controle do aparecimento de novos casos e intensificar a prevenção às incapacidades físicas das pessoas acometidas pela hanseníase.
"Para qualificar as ações, vamos continuar a capacitação de profissionais da Atenção Primária no interior do Estado, no intuito de dar prosseguimento à descentralização do atendimento inicial aos suspeitos, incluindo também a busca ativa de novos casos", explica o coordenador Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto.
Até o momento, 3.439 novos casos de hanseníase no Estado foram confirmados em 2011, dos quais 377 acometeram pessoas com menos de 15 anos de idade. O quantitativo evidencia uma queda gradual, se comparado aos indicadores epidemiológicos de 2005 a 2010, quando o número de doentes variou de 5.572 a 3.573, com média de 4.569 no período.
Para fazer frente aos novos casos, a interiorização do tratamento inicial da doença continua sendo um dos desafios da Sespa, que em 2011 promoveu treinamentos sobre hanseníase para 606 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, bioquímicos, agentes comunitários de saúde e operadores do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.
Atualmente, todas as unidades básicas de saúde do Estado possuem orientações sobre como agir em caso de sintomas suspeitos, mas só 57% dos municípios paraenses mantêm o Programa Estadual de Controle da Hanseníase (PECH) instalado, ou seja, capaz de concluir o diagnóstico da doença e iniciar o imediato tratamento clínico do paciente.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente por lesões na pele. Essas lesões apresentam sempre alteração de sensibilidade e podem ser manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas, em qualquer área do corpo. Na consistência, podem ser lisas ou elevadas.
A doença se transmite de uma pessoa para a outra, por meio de gotas eliminadas no ar pela tosse, fala ou espirro. Ela pode atingir cidadãos de qualquer idade ou sexo. Segundo levantamentos do Ministério da Saúde, pelo menos 47 mil casos de hanseníase são detectados a cada ano - 8% deles em menores de 15 anos.
Outros sintomas da hanseníase são caroços avermelhados ou acastanhados, áreas da pele que formigam ou pinicam e vão ficando dormentes, com diminuição ou ausência de dor, de sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque. Os locais de maior incidência são no rosto, orelhas, costas, braços, nádegas e pernas. A doença é de fácil diagnóstico, além de ter tratamento e cura. Mas, se for descoberta tardiamente, pode trazer graves consequências aos portadores e seus familiares, principalmente pelas lesões.
De acordo com Luiz Augusto, o tratamento da hanseníase, conhecido como poliquimioterapia (PQP), combina o uso de medicamentos antibióticos e é fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Logo que a pessoa inicia o tratamento, ela deixa de transmitir a doença. Por isso não há necessidade de mantê-la isolada, afastada do trabalho ou de suas atividades cotidianas. O tratamento pode durar de seis a 12 meses, dependendo da gravidade de cada caso", explica.
Os indicadores no Pará também atestam que a taxa de abandono do tratamento (7,9%) está de acordo com o mínimo de 10% já determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Contudo, o Plano de Metas da Sespa quer ampliar a taxa de cura para mais de 80%.
A Campanha Estadual de Controle da Hanseníase se estenderá por todo o primeiro quadrimestre de 2012, com as ações sendo realizadas em parceria com os 13 Centros Regionais de Saúde da Sespa, Secretarias Municipais de Saúde, instituições de Educação, AIFO, Unidades Especializadas Marcelo Cândia e Demétrio Medrado, Sociedade Brasileira de Dermatologia, Liga Acadêmica de Hanseníase do Pará (Lahanpa), Sociedade Paraense de Pediatria, Rádio Margarida, Universidade Federal do Pará (UFPA), Uepa, IFPA, Cesupa, Esamaz, Unama, Celpa, Cosanpa, Morhan, Pastoral da Criança, OMS e Ministério da Saúde.
De acordo com Luiz Augusto, neste período espera-se mais empenho dos gestores municipais e, especialmente, da população. “Nosso trabalho acompanha as determinações do Ministério da Saúde, que prioriza a prevenção desta doença. Por isso, estamos mobilizando nossos gestores, para que usem maciçamente todo e qualquer meio de comunicação para alertar os paraenses da importância de se diagnosticar previamente a hanseníase. Somente assim poderemos mantê-la sob controle”, enfatiza.
Serviço: Lançamento da Campanha "Hanseníase tem Cura! É hora de Combater!", nesta sexta-feira, 27, às 10 horas, na Câmara Municipal de Marituba- Rua João Paulo II, Antiga Colônia, bairro Dom Aristides.

Fonte: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=92148

Nenhum comentário:

Postar um comentário