Só neste ano, Secretaria de Saúde já registrou quase dois mil casos. Médicos alertam para importância do diagnóstico precoce.
Dados da Secretaria de Saúde do Pará mostram que, só este ano, já foram
registrados mais de 1.900 casos de hepatites. Segundo a médica Déborah
Crespo, representante da Sociedade Brasileira de Hepatologia no Pará, 2%
da população paraense é portadora do vírus da hepatite, mas não sabe.
"Por isso a importância de fazer o teste, para identificar o mais rápido
possível se a pessoa é ou não portadora de hepatite", explica.
De acordo com a médica, o aumento no número de casos registrados
significa, na verdade, um avanço na identificação da doença. "A doença
está presente, esses números não são um aumento da doença, e sim uma
melhoria na detecção dos casos", afirma Déborah.
A médica Déborah Crespo explica, ainda, que é normal haver uma confusão
a respeito dos tipos de hepatite, e dos sintomas e tratamentos para
cada um. "O importante é saber que cada letra, hepatite A, B, C ou D, é
um vírus diferente. Estes vírus podem se cronificar, ou seja, isso quer
dizer que o vírus fica no seu organismo e você não sabe, nem sabe que
está transmitindo a doença para outras pessoas. É este ciclo que
precisamos quebrar, para evitar a propagação da doença", argumenta.
Tipos de hepatite e tratamentos
De acordo com a médica infectologista Vânia Brilhante, as hepatites transmitidas via oral são mais fáceis de identificar, pela presença dos sintomas. "Os sintomas destas hepatites são bem visíveis, como icterícia, fezes esbranquiçadas e urina escura", conta.
De acordo com a médica infectologista Vânia Brilhante, as hepatites transmitidas via oral são mais fáceis de identificar, pela presença dos sintomas. "Os sintomas destas hepatites são bem visíveis, como icterícia, fezes esbranquiçadas e urina escura", conta.
Já as hepatites do tipo parenteral, que são a B, a C e a D, são mais
difíceis de identificar, e geralmente são descobertas ocasionalmente.
"Estas hepatites são silenciosas, e dificilmente os sintomas aparecem. O
diagnóstico em si é facil, mas como a pessoa não sabe que tem a doença,
ela dificilmente procura atendimento para isso, e geralmente só
descobre a doença por acaso", explica a infectologista.
A médica afirma que o grande problema dos tipos mais graves de
hepatite, B e C, é que o curso da doença é muito longo. "Em 30 anos, por
exemplo, o quadro da doença pode evoluir para câncer no fígado, e a
pessoa permanece assintomática, sem saber que está doente", ressalta.
O tratamento para os tipos A e E de hepatite, segundo a infectologista,
é repouso alimentar e físico, nao ingestão de gorduras. "É um
tratamento simples e, como este tipo é autolimitado, assim como a doença
aparece, ela desaparece", conta.
Os tipos B e C de hepatite exigem um cuidado maior, com tratamento mais
prolongado. "Varia de 6 meses a um ano, com uso de comprimidos e, no
caso da C, até de medicamentos injetáveis. Mas o tratamento tem que ser
muito bem assistido, porque depende muito do estado geral dos pacientes,
devido aos efeitos colaterais, como anemia", explica a médica.
Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/08/aumenta-numero-de-casos-de-hepatites-no-para.html
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