sábado, 4 de agosto de 2012

Assembleia geral mantém greve na UFPA

A assembleia geral realizada ontem, pelos docentes da Universidade Federal do Pará (UFPa), foi unânime quanto à manutenção da greve, que já dura 78 dias. Apesar do Governo Federal ter assinado acordo na quarta-feira (1), com um dos quatro sindicatos que representam os professores, somente duas universidades voltaram às aulas.

A Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa sete universidades, aceitou a proposta do Governo, que prevê reajustes de 25% a 40%, além de redução do número de níveis de carreira de 17 para 13. As demais instituições não reconheceram o acordo.

Agora, de acordo com a diretora da Associação dos Docentes da UFPa (AdufPA), a greve será intensificada. “Esse sindicato não nos representa. A greve continua por tempo indeterminado. Queremos a reabertura das negociações com o Governo. Vamos começar a distribuir cartas à população, fazer representações com os pais e os alunos e pressionar os reitores para conseguirmos audiência com os ministros da Educação e do Planejamento”, afirma Rosimê Meguis.

Os professores universitários pretendem, agora, endurecer a paralisação e tentar flexibilizar propostas. Em nota enviada aos alunos e publicada em redes sociais, a UFPa comunica que “em decorrência da greve, o calendário acadêmico 2012 está suspenso até a nova determinação”. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, os alunos não devem se preocupar quanto a matrícula, ou a possível perda de vaga, pois ambas estão garantidas através da habilitação já realizada.

O universitário Ygor Pará, 23 anos, aluno do 5º semestre de bacharelado em Física pela UFPa, acredita que a greve vai prejudicar o andamento do curso. “Vai atrasar todo o calendário acadêmico, fora que precisamos das matérias deste semestre, sem aulas, para o semestre que vem. Não posso fazer uma matéria mais avançada sem uma matéria básica”.

De acordo com ele, alguns professores continuaram as disciplinas, porém, algumas matérias ficaram pendentes. Para não romper o ritmo de estudo, a solução foi se unir com os demais colegas de curso. “Eu e um grupo de amigos nos reunimos e dividimos o conteúdo de uma disciplina para estudarmos. Cada um dá uma aula de uma parte do conteúdo”, conta.

Apesar do transtorno e da ausência de informações quanto ao retorno à universidade, Ygor diz “achar justo lutar por um salário melhor, já que vai ser professor no futuro”. “Só não quero sair prejudicado”, enfatiza.

PROPOSTAS

A proposta salarial do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes- SN) – que representa a UFPA - para os docentes com dedicação exclusiva em carreira inicial é de R$ 7.200 e R$ 22.693 para doutores. A remuneração para o servidor que trabalha 20h semanais, com dedicação exclusiva e em início de carreira seria de R$ 2.329,35; sendo que o valor máximo pago para professores nesse regime, com doutorado, chegaria a R$ 7.320.

Fonte: http://www.diariodopara.com.br/N-159385-ASSEMBLEIA+GERAL+MANTEM+GREVE+NA+UFPA.html

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