quarta-feira, 9 de maio de 2012

Acidentes com animais peçonhentos é tema de curso da Sespa

A Coordenação Estadual de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e Hospital Universitário João de Barros Barreto, promove até sexta-feira (11) o curso sobre o manejo clínico dos acidentes com animais peçonhentos, destinado aos profissionais de saúde dos 143 municípios do Pará, com o objetivo de melhorar o diagnóstico e tratamento, sensibilizar a notificação e reduzir as sequelas permanentes e o número de óbitos causados por estes acidentes.
O curso começou nesta segunda-feira (7), no auditório do Barros Barreto, com a presença do secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco. Foram inscritos 110 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, biólogos, veterinários e também de outras especialidades. Eles vão aperfeiçoar o conhecimento sobre o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos, identificar as serpentes, os tipos de acidentes mais frequentes no Estado, as condutas cirúrgicas nas complicações e as medidas a serem tomadas.
Segundo o coordenador estadual de Zoonoses, Reynaldo Lima, o treinamento é conduzido de forma completa, para que todos entendam as orientações e os procedimentos corretos. “Queremos que estes profissionais aprofundem seus conhecimentos para trabalhar de forma segura no manejo clínico destes acidentes”, ressaltou.
São animais peçonhentos aqueles que têm glândulas produtoras e apresentam órgão inoculador de veneno, como as cobras, aranhas e escorpiões. No Pará, as serpentes são responsáveis pela maioria dos casos, principalmente na região do Marajó, em período de cheias. Segundo dados da Sespa, este ano foram registrados 755 casos de acidentes com esses animais, seguido dos escorpiões, com 225 ocorrências. No total foram notificados quatro óbitos no Estado.
Segundo Helio Franco, o conhecimento é de suma importância para a atualização dos profissionais que trabalham na área da saúde, pois o manejo clínico adequado é primordial para evitar as consequências causadas. “O tratamento adequado das vítimas de acidentes com animais peçonhentos é decisivo para evitar que estas pessoas tenham sequelas e até mesmo que venham a óbito”, afirmou.
Prevenção - Para evitar acidentes, as medidas preventivas são: usar botinas com perneiras ou botas de cano alto no trabalho, pois 80% das picadas atingem as pernas abaixo dos joelhos; usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem; limpar as proximidades das casas, evitando folhagens densas; e evitar acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção, entre outras.
Em caso de acidente, deve-se manter a vítima em repouso, elevar o membro picado, limpar o local com água e sabão e monitorar sinais vitais como pressão arterial e frequência cardíaca. A orientação imediata é procurar a Unidade Básica de Saúde ou hospital de referência mais próximo e, se possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde para a identificação. Entre as complicações estão a necrose com amputação ou sequela funcional, sangramento maciço, choque e insuficiência renal aguda.
Para a prevenção, o programa da Coordenação Estadual de Zoonoses atua com a distribuição de imunobiológicos, na normatização do diagnóstico e tratamento, no conhecimento da distribuição geográfica dos animais peçonhentos, na padronização dos soros e na vigilância epidemiológica, principalmente nas localidades de risco. A coordenação ainda promove várias capacitações de recursos humanos com intuito de tornar efetivo o sistema de notificação, além da intensificação das ações de vigilância.
Os soros antiofídicos indicados para o tratamento imediato são distribuídos para os 13 Centros Regionais de Saúde e repassados para as secretárias municipais de Saúde. O Hospital Barros Barreto é referência para estes acidentes com complicação. Para informações, o hospital dispõe o serviço do Centro de Informações Toxicológicas, nos números (91) 3249-6370 e 0800-7226001, que funciona 24 horas, ou também pelo email cithujbb@ufpa.br.

Fonte: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=98913

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