A Coordenação Estadual de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e
Hospital Universitário João de Barros Barreto, promove até sexta-feira
(11) o curso sobre o manejo clínico dos acidentes com animais
peçonhentos, destinado aos profissionais de saúde dos 143 municípios do
Pará, com o objetivo de melhorar o diagnóstico e tratamento,
sensibilizar a notificação e reduzir as sequelas permanentes e o número
de óbitos causados por estes acidentes.
O curso
começou nesta segunda-feira (7), no auditório do Barros Barreto, com a
presença do secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco. Foram
inscritos 110 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos de
saúde, biólogos, veterinários e também de outras especialidades. Eles
vão aperfeiçoar o conhecimento sobre o perfil epidemiológico dos
acidentes com animais peçonhentos, identificar as serpentes, os tipos de
acidentes mais frequentes no Estado, as condutas cirúrgicas nas
complicações e as medidas a serem tomadas.
Segundo o
coordenador estadual de Zoonoses, Reynaldo Lima, o treinamento é
conduzido de forma completa, para que todos entendam as orientações e os
procedimentos corretos. “Queremos que estes profissionais aprofundem
seus conhecimentos para trabalhar de forma segura no manejo clínico
destes acidentes”, ressaltou.
São animais
peçonhentos aqueles que têm glândulas produtoras e apresentam órgão
inoculador de veneno, como as cobras, aranhas e escorpiões. No Pará, as
serpentes são responsáveis pela maioria dos casos, principalmente na
região do Marajó, em período de cheias. Segundo dados da Sespa, este ano
foram registrados 755 casos de acidentes com esses animais, seguido dos
escorpiões, com 225 ocorrências. No total foram notificados quatro
óbitos no Estado.
Segundo Helio Franco, o
conhecimento é de suma importância para a atualização dos profissionais
que trabalham na área da saúde, pois o manejo clínico adequado é
primordial para evitar as consequências causadas. “O tratamento adequado
das vítimas de acidentes com animais peçonhentos é decisivo para evitar
que estas pessoas tenham sequelas e até mesmo que venham a óbito”,
afirmou.
Prevenção - Para evitar
acidentes, as medidas preventivas são: usar botinas com perneiras ou
botas de cano alto no trabalho, pois 80% das picadas atingem as pernas
abaixo dos joelhos; usar luvas de couro nas atividades rurais e de
jardinagem; limpar as proximidades das casas, evitando folhagens densas;
e evitar acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção, entre
outras.
Em caso de acidente, deve-se manter a
vítima em repouso, elevar o membro picado, limpar o local com água e
sabão e monitorar sinais vitais como pressão arterial e frequência
cardíaca. A orientação imediata é procurar a Unidade Básica de Saúde ou
hospital de referência mais próximo e, se possível, capturar o animal e
levá-lo ao serviço de saúde para a identificação. Entre as complicações
estão a necrose com amputação ou sequela funcional, sangramento maciço,
choque e insuficiência renal aguda.
Para a
prevenção, o programa da Coordenação Estadual de Zoonoses atua com a
distribuição de imunobiológicos, na normatização do diagnóstico e
tratamento, no conhecimento da distribuição geográfica dos animais
peçonhentos, na padronização dos soros e na vigilância epidemiológica,
principalmente nas localidades de risco. A coordenação ainda promove
várias capacitações de recursos humanos com intuito de tornar efetivo o
sistema de notificação, além da intensificação das ações de vigilância.
Os soros antiofídicos indicados para o tratamento imediato são
distribuídos para os 13 Centros Regionais de Saúde e repassados para as
secretárias municipais de Saúde. O Hospital Barros Barreto é referência
para estes acidentes com complicação. Para informações, o hospital
dispõe o serviço do Centro de Informações Toxicológicas, nos números
(91) 3249-6370 e 0800-7226001, que funciona 24 horas, ou também pelo
email cithujbb@ufpa.br.
Fonte: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=98913
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