Entrevista concedida à jornalista Cristiane Reimberg
Quando o médico Antonio Marttos vivia no Brasil, ao expor suas ideias, ouvia dos amigos que era um sonhador. Hoje, nos Estados Unidos, ele é uma referência na Telemedicina do Trauma, atuando como diretor de Telemedicina do Trauma no Ryder Trauma Center, em Miami, e inclusive junto ao Exército norte-americano. Entre suas invenções está um robô que realiza atendimento à distância. "É legal sonhar e mostrar que algumas coisas realmente podem mudar. Temos que fazer uma mudança cultural. A participação da sociedade é a grande diferença, mas isto é uma coisa muito embrionária no Brasil", avalia.
Para ele, também é importante entusiasmar a nova geração. Assim, costuma dar aulas como convidado em diferentes universidades brasileiras, além de receber estudantes e residentes daqui na Universidade de Miami (os interessados podem se informar pelo e-mail amarttos@med.miami.edu). A satisfação do médico é mostrar aos jovens o que pode ser feito de diferente e ouvir dos participantes que a experiência mudou a cabeça deles. Nesta entrevista, concedida durante sua visita ao Brasil para participação em Congressos de Trauma patrocinados pela SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado), Marttos fala dos trabalhos que realiza no Ryder Trauma Center e avalia o atendimento ao trauma em diferentes lugares do mundo.
Como o Ryder Trauma Center se tornou um centro de referência na área do trauma?
Na década de 80, havia em Miami um problema muito comum nas grandes cidades, o tráfico de drogas em grande escala. O Jackson Memorial Hospital tinha 1600 leitos, 200 só para UTI, e era um dos maiores hospitais dos Estados Unidos. Mesmo assim, estava cancelando as cirurgias eletivas como de esôfago e de câncer porque não tinha onde colocar os pacientes doentes, já que as UTIs estavam ocupadas por pacientes de trauma grave, como baleados e acidentados. Então, o Ryder Trauma Center foi criado neste contexto graças à iniciativa dos médicos e da sociedade. Eles mostraram ao governo a necessidade de se criar um Centro de Trauma com os melhores especialistas, com treinamentos sobre os protocolos, para que os pacientes tivessem o melhor atendimento. Assim, o governo deu um pouco de ajuda, mas mais de 60% do dinheiro para fazer o Centro de Trauma veio da sociedade, como bancos, escolas e artistas. A vantagem é termos todos os especialistas treinados naquele local 24 horas por dia. Foi possível conhecer as equipes pré-hospitalares, que sabiam para onde levar este paciente. Com isso, o tempo de resposta e a mortalidade do paciente traumatizado diminuíram. O plano do hospital da Flórida poderia ser implantado em qualquer estado do Brasil, porque as semelhanças são muito grandes em termos de escassez de recursos e distância. O Brasil avançou muito e hoje é um líder em saúde e em iniciativas. Com a Copa do Mundo e a Olimpíada, teremos que nos redesenhar, discutir uma série de situações, e, com certeza, estes desafios farão com que nós, daqui a alguns anos, estejamos muito melhores no atendimento de emergência a nossa população.
Confira a entrevista na íntegra na Edição 28 Julho da Revista Emergência
Quando o médico Antonio Marttos vivia no Brasil, ao expor suas ideias, ouvia dos amigos que era um sonhador. Hoje, nos Estados Unidos, ele é uma referência na Telemedicina do Trauma, atuando como diretor de Telemedicina do Trauma no Ryder Trauma Center, em Miami, e inclusive junto ao Exército norte-americano. Entre suas invenções está um robô que realiza atendimento à distância. "É legal sonhar e mostrar que algumas coisas realmente podem mudar. Temos que fazer uma mudança cultural. A participação da sociedade é a grande diferença, mas isto é uma coisa muito embrionária no Brasil", avalia.
Para ele, também é importante entusiasmar a nova geração. Assim, costuma dar aulas como convidado em diferentes universidades brasileiras, além de receber estudantes e residentes daqui na Universidade de Miami (os interessados podem se informar pelo e-mail amarttos@med.miami.edu). A satisfação do médico é mostrar aos jovens o que pode ser feito de diferente e ouvir dos participantes que a experiência mudou a cabeça deles. Nesta entrevista, concedida durante sua visita ao Brasil para participação em Congressos de Trauma patrocinados pela SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado), Marttos fala dos trabalhos que realiza no Ryder Trauma Center e avalia o atendimento ao trauma em diferentes lugares do mundo.
Como o Ryder Trauma Center se tornou um centro de referência na área do trauma?
Na década de 80, havia em Miami um problema muito comum nas grandes cidades, o tráfico de drogas em grande escala. O Jackson Memorial Hospital tinha 1600 leitos, 200 só para UTI, e era um dos maiores hospitais dos Estados Unidos. Mesmo assim, estava cancelando as cirurgias eletivas como de esôfago e de câncer porque não tinha onde colocar os pacientes doentes, já que as UTIs estavam ocupadas por pacientes de trauma grave, como baleados e acidentados. Então, o Ryder Trauma Center foi criado neste contexto graças à iniciativa dos médicos e da sociedade. Eles mostraram ao governo a necessidade de se criar um Centro de Trauma com os melhores especialistas, com treinamentos sobre os protocolos, para que os pacientes tivessem o melhor atendimento. Assim, o governo deu um pouco de ajuda, mas mais de 60% do dinheiro para fazer o Centro de Trauma veio da sociedade, como bancos, escolas e artistas. A vantagem é termos todos os especialistas treinados naquele local 24 horas por dia. Foi possível conhecer as equipes pré-hospitalares, que sabiam para onde levar este paciente. Com isso, o tempo de resposta e a mortalidade do paciente traumatizado diminuíram. O plano do hospital da Flórida poderia ser implantado em qualquer estado do Brasil, porque as semelhanças são muito grandes em termos de escassez de recursos e distância. O Brasil avançou muito e hoje é um líder em saúde e em iniciativas. Com a Copa do Mundo e a Olimpíada, teremos que nos redesenhar, discutir uma série de situações, e, com certeza, estes desafios farão com que nós, daqui a alguns anos, estejamos muito melhores no atendimento de emergência a nossa população.
Confira a entrevista na íntegra na Edição 28 Julho da Revista Emergência
Fonte: http://www.samu192df.com.br/samu/divulgacao.jsp?idAtend=00154
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