sexta-feira, 8 de março de 2013

Tuberculose e a Vigilância Epidemiológica no Brasil


A Tuberculose tem como agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), ou ainda o Mycobacterium bovis, africanum e microti, as quais são outras espécies desse bacilo (BRASIL, 2011a).
O homem é o principal reservatório e a sua transmissão é direta, de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. A transmissibilidade acontece quando o indivíduo elimina os bacilos e com o início do tratamento terapêutico, há redução na transmissão em poucas semanas (BRASIL, 2011a). Segundo estimativas, uma pessoa que apresenta o quadro clínico da Tuberculose pode infectar de dez a quinze pessoas no período de um ano (BRASIL, 2011a)
 O período de incubação é, em média, de 4 a 12 semanas, porém a maior parte dos casos de Tuberculose Pulmonar ocorrem cerca de 12 meses após a infecção inicial (BRASIL, 2011a).
Para diagnosticar laboratorialmente a Tuberculose, são utilizados os métodos de baciloscopia, cultura, radiológico, prova tuberculínica, exames anátomo-patológico, bioquímico e de biologia molecular (BRASIL, 2011a).
O tratamento é gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e segue os princípios da associação medicamentosa com doses fixas combinadas de seis medicamentos (Rifampicina (R), Isoniazida (H), Pirazinamida (Z), Etambutol (E), Estreptomicina (S); Etionamida (Et) ), sendo que para crianças abaixo de dez anos, o esquema não inclui o Etambutol (BRASIL, 2011b).
Para o sucesso no tratamento, o Ministério da Saúde soma os medicamentos ao Tratamento Diretamente Observado (TDO). O paciente pode ir ao serviço de saúde para receber a medicação diariamente, ou o profissional de saúde pode ir ao domicílio acompanhar a tomada da medicação. Para isso, recomenda-se acompanhamento de no mínimo 24 tomadas observadas (24 dias de observação) na fase de ataque e 48 tomadas observadas (48 dias de observação) na fase de manutenção (BRASIL, 2011b). 
Caro colega, as informações apresentadas até aqui fazem uma revisão sobre a clínica, o diagnóstico e o tratamento da Tuberculose. Vamos a partir de agora, verificar quais são as atividades desenvolvidas pela Vigilância Epidemiológica?
A Vigilância Epidemiológica da Tuberculose no Brasil
 O objetivo da Vigilância Epidemiológica é conhecer os dados de morbidade e mortalidade, a distribuição, os fatores de risco e a tendência da doença no tempo, fornecendo assim informações necessárias para realizar as ações de controle (BRASIL, 2011a).
As ações da Vigilância Epidemiológica compreendem a definição, investigação, notificação e acompanhamento do caso, visita domiciliar aos casos novos, convocação de faltosos, realização de exames em contatos, vigilância em hospitais e em outras instituições, vigilância de infecção tuberculosa e encerramento dos casos (BRASIL, 2011a).
Vamos saber um pouco mais sobre cada ação?
Definição, notificação e investigação do caso
  No Brasil, os casos de Tuberculose são definidos em todos os indivíduos com baciloscopia ou cultura positiva e indivíduos com diagnósticos baseado em dados clínico-epidemiológicos (BRASIL, 2011a).
Segundo Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, do Ministério da Saúde (MS), a Tuberculose é um agravo de notificação compulsória, portanto os municípios são responsáveis pela busca ativa, confirmação e notificação dos casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) (BRASIL, 2011c).
Os laboratórios devem trabalhar em conjunto com a Vigilância Epidemiológica dos municípios, notificando o responsável imediatamente após a confirmação bacteriológica dos casos. É importante que a vigilância do município saiba também dos resultados de resistências medicamentosas, a fim de adaptar o tratamento do doente (BRASIL, 2011a).
Todos os óbitos nos quais a Tuberculose for citada como causa básica ou associada a ele, à vigilância deve avaliar o diagnósticos e verificar se as ações foram realizadas (BRASIL, 2011a).
Visita domiciliar a casos novos e a convocação de faltosos
 A visita domiciliar é indicada para todos os casos novos diagnosticados e a todos os casos de não comparecimento ao serviço de saúde, quando agendado (BRASIL, 2011a). Objetiva criar vínculo com o doente e a família para procurar soluções a possíveis obstáculos à adesão do tratamento.
Já a visita domiciliar aos faltosos deve ser realizada o mais rápido possível, para evitar o abandono do tratamento (BRASIL, 2011a). 
As orientações da equipe de enfermagem são de extrema importância nesse momento, assegurando o sigilo e transmitindo informações sobre a importância e os benefícios do tratamento.
Exame de contatos
A partir de um caso confirmado de Tuberculose, é necessária uma investigação epidemiológica das pessoas que têm contato com o indivíduo, especialmente da mesma residência (BRASIL, 2011a).
No caso de trabalho, escola ou instituições, a equipe da Vigilância Epidemiológica deve avaliar o tipo de contato e o tempo de convivência dos mesmos (BRASIL, 2011a).
Os contatos devem ser convidados a comparecer à unidade de saúde para serem avaliados, por meio de anamnese e exame físico criterioso, a fim de serem identificados e classificados como sintomáticos ou assintomáticos, bem como para que as devidas providências sejam tomadas (BRASIL, 2011a).
Vigilância em hospitais e em outras instituições
Os hospitais como os outros serviços de saúde, devem organizar o seu serviço, a fim de estabelecer um fluxo de referência e contra referência com os demais serviços de saúde. Além disso, devem trabalhar junto com a vigilância epidemiológica local, trocando informações sempre que descobertos novos casos (BRASIL, 2011a).
As Vigilâncias Epidemiológicas estadual e municipal devem organizar a busca de casos novos e a investigação, por meio de exames diagnósticos e de contatos e em instituições de longa permanência, realizando ações em conjunto com essas instituições (BRASIL, 2011a).
Acompanhamento e encerramento dos casos
Para ter um acompanhamento real do tratamento, os profissionais de saúde devem preencher aFicha de Acompanhamento do TDO todos os dias, evitando assim a descontinuidade do tratamento (BRASIL, 2011b).
Os profissionais devem se certificar que no caso de transferência do doente para outro serviço, ele foi recebido e está dando continuidade ao tratamento (BRASIL, 2011b).

Foram várias as atividades da Vigilância Epidemiológica apresentadas aqui. A partir de agora, cabe a nós profissionais utilizarmos meios e estratégias para aperfeiçoarmos o atendimento do paciente portador ou suspeito de Tuberculose.

Pensando nisso, o profissional da enfermagem tem um papel essencial na contribuição para o efetivo controle da doença no País e no aumento da sensibilidade do sistema de vigilância, através de meios que garantam que os casos sejam tratados e a investigação dos contatos seja desencadeada rapidamente. 
Fonte:http://www.jornadaead.com.br/cofen/atualizacoes/Atualizacao_50_tuberculose_e_a_vigilancia_epidemiologica_no_brasil.html

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